O segundo dia do júri popular do Caso Lucas Terra foi de continuidade às oitivas das testemunhas nesta quarta-feira (26). Todas da Defesa. As nove praticamente repetiram o mesmo discurso enquanto os advogados de Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda faziam sequências de perguntas calculadas para que as respostas desassociasse os pastores ao assassinato e ocultação do cadáver do adolescente de 14 anos, crimes aos quais são acusados.
"A ideia é convencer. São testemunhas de canonização. Para comprovar a boa conduta dos acusados, porque efetivamente só trazem conjecturas. Ilações", explicou o advogado Ricardo Paranhos, assistente da Acusação.
Diante desse tipo de testemunha, a Denúncia adotou estratégia inesperada: deixou de abrir perguntas a três testemunhas durante a tarde. O que acelerou de forma significativa o julgamento, agora a um passo do debate, que é a principal etapa.
"Teremos duas últimas fases do júri: serão interrogados os acusados e partiremos para os debates. Na sequência teremos as aquisitações, que é o julgamento em si. Se (os réus) são culpados, se são inocentes, se o crime aconteceu, se não aconteceu", explicou Vinícius Dantas, também advogado-auxiliar da Acusação.
Ele ressalta ainda que será aquisitado se o pastor Beljair, testemunha da Defesa protagonista de uma série de contradições, cometeu crime ou não de perjúrio.
A terceira integrante do quarteto de Auxiliares dos promotores Davi Gallo e Ariomar Figueiredo, Tuany Sande, projeta a decisão dos jurados para esta quinta-feira (26). "Acredito que dá umas 9h de debate porque temos a sanção do Ministério Público, a réplica da Defesa e a tréplica".
Como a fase de debates não passa por interrupções, para que o veredicto seja anunciado com um dia de antecedência dependerá da celeridade nas aquisitações. Não há como precisar se a Acusação continuará em ritmo acelerado. Os promotores Gallo e Figueiredo saíram à francesa do plenário sem conceder entrevista após o encerramento da sessão.
Do outro lado, a Defesa evita falar a imprensa desde o princípio. Fontes ligadas ao Portal Massa! dão conta de que a estratégia de Nestor Távora, um dos capitães dessa bancada, é evitar comoção com possíveis entrevistas. Interlocutores afirmaram ainda que a medida também é uma forma de prestar respeito à família da vítima, Lucas Terra.