A mãe da menina de três anos que teria sido agredida e abusada pelo pai, Tamires de Sousa Reis, rebateu nesta terça-feira (23) as alegações de uma ex-funcionária que defendeu seu ex-marido, o empresário Paulo Roberto Santos de Souza Filho, das acusações de agressão contra a criança. Em um vídeo publicado nas redes sociais, a ex-funcionária Bárbara Maria Correia Silva afirmou que as acusações de Tamires são falsas e infundadas.
Bárbara diz que trabalhou na casa do casal e acompanhou de perto o processo de separação, declarou: "Tudo isso que ela tá falando, na verdade, é uma mentirada, entendeu. Eu convivi com eles, acompanhei tudo de perto como aconteceu".
A defesa de Tamires, por meio do advogado Victor Câmara, esclareceu, em nota, que a mulher seria esposa de um homem que presta serviços gerais na academia de tênis de Paulo Roberto e que ela teria realizado trabalhos pontuais na casa deles, enquanto ainda eram casados.
Ainda em nota, a defesa garante que as informações do vídeo são inverídicas e chama a atenção ainda para o fato de que todas as testemunhas que se manifestam a favor de Paulo Roberto são pessoas que trabalham para ele. De acordo com o advogado, Bárbara deverá "ser ouvida em Juízo no momento oportuno, sob o compromisso de dizer a verdade".
Leia a nota na íntegra:
A pessoa que aparece nas imagens é a Sra. Barbara, esposa de Emanuelle [Manoel], um italiano que presta serviços gerais na academia de tênis do genitor e que realizou alguns trabalhos na residência do casal a pedido do suspeito.
Os relatos fornecidos pela Sra. Barbara não são verídicos, uma vez que o contato entre ela e a mãe da vítima era quase inexistente. É notório que todas as testemunhas apresentadas pelo genitor são pessoas que trabalham ou trabalharam para ele. Embora algumas dessas relações não sejam formalizadas, há uma clara relação de superioridade e medo entre o empregador e os empregados.
Estamos reunindo provas documentais que contradizem o depoimento da Sra. Barbara, e essas provas serão anexadas ao inquérito e, se necessário, ao processo penal subsequente.
Dessa forma, espera-se que a Sra. Barbara seja ouvida em Juízo no momento oportuno, sob o compromisso de dizer a verdade, para que, ciente das implicações criminais de um falso testemunho, repita todas as alegações feitas anteriormente.
Por fim, é curioso observar que, frequentemente, depoimentos de pessoas alheias ao caso têm maior peso do que o da própria vítima, descredibilizando a coragem, a luta e a busca por justiça depois de tanto tempo vivendo sob violência doméstica e familiar.
Aceitar depoimentos de pessoas alheias ao caso como mais confiáveis, a ponto de questionar provas irrefutáveis demonstradas em imagens, áudios e vídeos que evidenciam agressões de várias ordens, é um dos vários motivos pelos quais muitas vítimas não conseguem se libertar da violência ou buscar ajuda das autoridades.