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SEGURANÇA PÚBLICA - 25/04/2023, 08:55 - Bianca Carneiro e Rafaela Araújo - Atualizado em 25/04/2023, 09:14

Começa julgamento do caso Lucas Terra

Primeira etapa de julgamento consiste no sorteio de sete jurados, em grupo de 25 candidatos

Mãe busca justiça por Lucas Terra
Mãe busca justiça por Lucas Terra |  Foto: Rafaela Araújo/ Ag A Tarde

Começou o júri popular que irá julgar os bispos Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda, acusados de assassinar o adolescente Lucas Terra em 21 de março de 2001. A sessão ocorre 22 anos após o crime, nesta terça-feira, 25.

Na primeira fase do julgamento, 25 pessoas serão candidatas ao júri, que ao final, contará com apenas sete. A seleção também passa pela defesa dos acusados que poderão rejeitar candidatos. Além disso, cada réu poderá levar cinco testemunhas.

Ao final, os jurados podem tirar dúvidas, com perguntas e respostas simples, de sim ou não. Todo o trâmite pode durar quatro dias.

Presente no júri, a mãe de Lucas, Marion Terra, reafirmou a expectativa por uma condenação máxima da justiça baiana.

“O que eu quero de fato é que a sociedade baiana cumpra o papel dela. É que esses pedófilos e assassinos sejam julgados e condenados pelo júri popular. É isso que eu espero da sociedade baiana. Como mãe do Lucas, foram 22 anos andando na contramão da justiça, como se os culpados fôssemos nós, eles viveram livremente com suas famílias. tiveram suas festas, seu Natal, seu Ano-Novo, juntamente com os filhos e eu não pude abraçar meu filho, porque eles que eles violentaram meu filho e queimaram meu filho, ainda com vida, então, o que eu espero de fato, é a pena máxima, que eles saiam daqui julgados e condenados pela sociedade baiana”, declarou ela emocionada ao Portal A TARDE.

Na véspera do julgamento, a família de Lucas perdeu uma importante batalha. O desembargador Mario Alberto Hirs, da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), indeferiu o mandado de segurança que solicitava a gravação do júri.

“Em que pese as argumentações do impetrante, verifica-se, conforme decisão da autoridade coatora, que a gravação da sessão de julgamento será realizada pelo próprio juízo, contendo áudio e vídeo dos depoimentos, com a câmera devidamente posicionada para a captação da essência dos acontecimentos da audiência, visando a preservação das partes, testemunhas e jurados, bem como garante que as partes terão acesso ao conteúdo gerado no procedimento”, diz texto da decisão.

Ao Portal A TARDE, o irmão mais velho de Lucas, Carlos Terra, se disse decepcionado e indignado com a decisão. Para a família, falta a garantia de que tudo o que acontecer durante o júri será realmente captado pelas gravações do tribunal.

“O problema é que a gente não tem segurança. O que que vai gravar? Qual o trecho do julgamento vai ser gravado. O que vai estar disponibilizado posteriormente? Mais uma vez uma derrota para a gente assim no sentido de que todas as decisões acabam sendo sempre deixando a gente com aquela sensação de favorecimento aos réus. Porque a gente queria ter o registro do que vai acontecer”, lamenta.

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