Arma apontada para a cabeça e xingamentos de "Vag@bunda". A famosa chef de cozinha, Lili Almeida, denuncia uma abordagem por policiais militares na noite de terça-feira (25), em um bairro nobre de Salvador. A conceituada chef, que participou do programa 'Mestre do Sabor', da TV Globo, relatou nas redes sociais que a ação truculenta aconteceu na frente da filha de 14 anos.
"Passei por uma abordagem policial violenta aqui em Salvador e eu fiquei bem mal com isso [...] me vi em uma situação com a arma apontada para minha cabeça e isso é totalmente desnecessário, por estar do lado da minha casa e estava com minha filha, e sou trabalhadora. No dia que aconteceu, foi 11 horas da noite e eu tinha acordado seis da manhã para trabalhar", declarou Lili Almeida.
Em seguida, a chef de cozinha pontuou que o fato aconteceu quando ela estava chegando em casa, em um carro por aplicativo. "Peguei minha filha no aeroporto, ela chegou bem tarde de viagem, chamei um Uber no aeroporto, minha casa fica a dez minutos, quando estava passando aqui na pista, tinha uma viatura parada em um lugar escuro e já parou o carro com a arma apontada para minha cabeça, na janela, e eu falei que tava com criança. Ele olhou para minha cara e disse: 'criança é uma desgraça'. Minha filha com 14 anos de idade teve que passar por isso. Me chamou de vagabunda, me chamou de desgraça, isso tudo com a arma apontada para minha testa".
Por fim, Lili Almeida afirmou que classifica o caso como racismo, pois se fosse uma pessoa branca, a abordagem seria diferente. "Fiquei muito triste em saber que ele estava me tratando daquele jeito por eu ser uma mulher preta [...] eu moro em um bairro de classe média e tenho certeza que se descesse do carro uma mulher loira, de olho azul, ele não ia fazer aquilo que ele fez [...] fui abordada com arma na cabeça e não estava fazendo nada", completou.
O Portal MASSA! entrou em contato com a Polícia Militar da Bahia para obter um posicionamento sobre a denúncia feita pela chef de cozinha, Lili Almeida. Em nota, o órgão de segurança afirmou que "as ações realizadas por integrantes da corporação são baseadas em técnicas e táticas de policiamento, com observação aos princípios de legalidade. "
No trecho seguinte, a PM-BA pontuou que "caso haja alguma denúncia de conduta contrária à legalidade, a PM disponibiliza o contato da Ouvidoria (0800 284 0011) e o endereço da Corregedoria da instituição, localizada na Rua Amazonas, nº 13, Pituba, em Salvador", finalizou a nota.
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