A casa caiu na manhã desta terça-feira (5) para três suspeitos de envolvimento na chacina dos ciganos. O crime aconteceu em outubro de 2023 e deixou seis mortos na cidade de Jequié, no sudoeste baiano. As investigações da Polícia Civil (PC) também apontam uma ligação destes assassinatos com mais cinco mortes, que ocorreram em outras duas cidades da Bahia, sendo quarto em Feira de Santana e uma em Rafael Jambeiro, porque uma das armas foi usada em todos os crimes.
Os primeiros suspeitos a serem presos foram um policial militar da reserva, morador de Alagoinhas, e um comparsa dele. O policial e seu parceiro da bandidagem teriam sido contratados por um cigano que se desentendeu com um membro da família das vítimas e resolveu se vingar de todos, incluindo um idoso, uma mulher grávida de 9 meses e uma criança de 5 anos. A dupla contratada pelo cigano terceirizou o serviço para um matador, que na época estava solto, mas acabou indo parar atrás das grades pouco tempo depois do crime, em Feira de Santana, por um outro homicídio e por estupro.
“Nós detectamos quem teria sido o possível mandante, solicitamos os mandados de prisão e hoje nós conseguimos prender duas pessoas, o PM da reserva e um parceiro dele, que seriam as pessoas que contrataram o executor. O executor já estava preso já no complexo de Feira”, explicou a Delegada Geral da Polícia Civil, Heloísa Campos de Brito.
O PM, que está fora de atividade, carrega nas costas "situações nebulosas", como definiu o Coordenador técnico do Depin, Paulo Guimarães. “O policial da reserva já tem envolvimento em outros crimes em Alagoinhas e nesse inquérito específico foi provado a participação dele no sentido de agenciar o pistoleiro”, contou.
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Ainda segundo as informações da polícia, mais de 50 policiais civis participam da ação, que foi nomeada como "Operação Hera". As buscas aconteceram em Alagoinhas, Maetinga, Feira de Santana e Camaçari e toda operação foi deflagrada pelo Departamento de Polícia do Interior (Depin), por meio da 9ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Jequié).
Paulo Guimarães também revelou o destino dos envolvidos na chacina: “O civil vai para Jequié, que a comarca é Jequié, ex-PM vai descer para Salvador e o que está preso em Feira de Santana permanece no presídio em Feira de Santana”.