Parentes da atriz Ingra Lyberato efetuaram uma denúncia de invasão em uma chácara pertencente à família, situada no bairro do Trobogy, na cidade de Salvador. A propriedade é habitada há quase meio século e tornou-se um importante espaço histórico e cultural, sendo reconhecida pelas obras de seu pai, Chico Liberato, que faleceu no início do ano.
A artista contou que, com a invasão ocorrida no sábado (22), e a possibilidade de furto das obras do seu pai, a herança deixada por ele não será abalada. "Sinto que o legado de meu pai Chico Liberato, não fica ameaçado pelos invasores, porque seu legado está registrado na vida de pessoas que foram tocadas por sua paixão pela arte, seus quadros e filmes. Portanto tem um valor imaterial que ninguém pode roubar", contou.
Ingra também afirmou que a sua maior preocupação é com o comprometimento da integridade física e emocional dos familiares e conhecidos. "Minha mãe mora lá juntamente com outras pessoas. Chegamos lá em 1975 e eu cresci nos quintais, subindo em árvore, brincando com os filhos dos caseiros e lidando com vários animais silvestres. Não existia muro e todos se conheciam", afirmou.
A famosa ainda ressaltou que, embora o barulho e a poluição sejam consequências da urbanização que chegou à sua rua, a invasão de propriedade é uma questão extremamente séria e não pode ser tolerada. "Existe o risco de violência contra quem mora na casa, e risco de desmatamento de uma área de mais ou menos 100 mil metros quadrados de Mata Atlântica! A última da região", expressou.
"As autoridades competentes precisam agir para aplicar a lei e evitar qualquer dano aos moradores e à área de preservação ambiental. É uma situação muito seria!”, continuou.
A ocorrência está sob investigação da 10ª Delegacia Territorial (DT/Pau da Lima). Policiais afirmam que os invasores cercaram o terreno sem possuir direito da propriedade.
Invasões recorrentes
A família de Ingra Lyberato relatou em entrevista ao iBahia que tudo começou há uma semana, quando operários começaram a cavar buracos no entorno do imóvel e a instalar cercas de arame sem a permissão da família. Apesar de serem alertados de que se tratava de uma propriedade restrita, os operários voltaram e repetiram a ação por três a quatro dias seguidos, alegando cumprir ordens, mas sem explicar seus motivos.
Além da propriedade da atriz, outros três terrenos também foram alvo das invasões. Um vizinho contratou uma empresa de segurança para monitorar o local, porém, isso não impediu o trabalho dos homens. Mesmo após a colocação das cercas, a família conseguiu desfazer o que foi feito.