
O nome dele era sinônimo de respeito em Americana, cidade do interior de São Paulo. Eduardo Bazzana, 68 anos, tocava empresa com a família, comandava um clube de tiro cheio de médico, advogado e político, tinha registro de CAC nas regras do Exército e era visto como “exemplo”. Só que, nos bastidores, estava na atividade com o Comando Vermelho (CV), uma das maiores facções criminosas do país.
Conforme informações da Coluna Na Mira, do Portal Metrópoles, Bazzana é dono da PHVB Armas e do Clube Americanense de Tiro, que, juntos, movimentam um público fiel e elitizado. Os locais, badalados na região paulista, contavam com mais de 7 mil associados, e já foi palco de campeonato sul-americano de tiro. Policiais também costumam treinar no local.

Clube era fachada pro 'corre'
Por trás dessa estrutura, rolava o repasse ilegal de armamento pesado para uma célula do CV em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, localidade do Estado do Rio de Janeiro. O grupo também opera na Muzema, Cidade de Deus, Complexo do Alemão e Penha.
A apuração partiu de uma prisão em flagrante, no início de 2023, quando três pessoas foram pegas com armas numa favela de Caxias. Um caderno com anotações e números de telefone ligou os pontos. A partir dali, a polícia começou a monitorar trocas de mensagens e ligações. O que veio à tona foi um esquema milionário de compra e distribuição de armas e munições.
Mansão servia de depósito
Na Barra da Tijuca, uma mansão foi usada como esconderijo: ali, os agentes encontraram 240 armas, entre elas 16 fuzis e 20 pistolas, além de 43 mil munições. Bazzana foi preso no dia 13 de maio, juntamente com mais dez suspeitos. O Ministério Público também protocolou a prisão de 20 denunciados.