Cabeça cara e já atrás das grades, Averaldo Ferreira da Silva Filho, vulgo Averaldinho, foi um dos alvos da operação Hégira, deflagrada na manhã desta quarta-feira (22) pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco). Apontado como liderança do tráfico de drogas no bairro do Calabar, em Salvador, ele teve o mandado de prisão cumprido dentro do Complexo Penitenciário da Mata Escura.
Averaldinho está preso desde fevereiro do ano passado, quando foi capturado em Guarajuba, durante a Operação Garrote, deflagrada pela Coordenação de Narcóticos do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Dracco). Ele já integrou a carta damas de copas do Baralho do Crime da Secretaria da Segurança Pública, e foi localizado em um condomínio de luxo, na região da Linha Verde.
Ao todo, 20 pessoas suspeitas de ter algum tipo de ligação com a facção criminosa foram alvos da operação. Destes, sete mandados foram cumpridos no sistema prisional. A organização criminosa, liderada por internos do sistema penitenciário da Bahia e que fazem parte de um grupo de São Paulo, está sendo investigada há 22 meses.
“Os líderes da organização se valiam de comparsas em liberdade para praticar os crimes”, informou a diretora do Draco, delegada Márcia Pereira.
Dos 13 criminosos localizados em diferentes bairros de Salvador, cinco eram monitorados por tornozeleira eletrônica.
As investigações realizadas pelo Draco também apontaram a atuação do grupo em crimes contra o patrimônio, praticados na orla de Salvador e alguns deles durante o Carnaval 2024. As vítimas eram turistas ou moradores de bairros nobres.
Liderança do PCC alcançada
Segundo a Polícia Civil, duas pessoas que estavam com mandados de prisão temporária em aberto também foram autuadas em flagrante por tráfico de drogas. Augusto César dos Santos Barbosa, conhecido como ‘China’ e apontado como uma das lideranças do tráfico em Salvador, foi localizado em um imóvel na Barra. Ele resistiu à prisão e confrontou com as equipes policiais, sendo atingido por disparos de arma de fogo.
‘China’ responde a quatro homicídios, sendo três como mandante e um como executor. Ele também é tutor do pitbull que atacou dois cães na Barra e usava o animal para amedrontar moradores e comerciantes do bairro.
Outros integrantes da organização criminosa, liderada por internos do sistema penitenciário e que fazem parte de um grupo de São Paulo, estão sendo procurados. Além dos mandados de prisão, a Justiça também decretou o bloqueio de contas bancárias e congelamento de ativos financeiros dos investigados.
Equipes dos Departamentos Especializado de Investigações Criminais (Deic), de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de Polícia Metropolitana (Depom), Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core), do Departamento de Polícia Técnica (DPT) e da Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP) estão em campo participando da operação.