O secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, detalhou a dinâmica de como as armas chegam nas garras das facções da Bahia. De acordo com ele, o arsenal pesado é de origem estrangeira e importado para os grupos criminosos do Brasil.
A declaração foi feita em entrevista exclusiva ao Grupo A TARDE nesta terça-feira (23), após coletiva sobre o balanço das operações da SSP no primeiro trimestre de 2024, que apontou a prisão de 35 líderes de facções em diversos estados do Brasil, além de 19 fuzis, alguns de fabricação israelense.
"A gente tem realizado investigações pela Polícia Civil de investigação e tem feito também operações integradas com a Polícia Federal através da Ficco. A própria Polícia Federal, no ano passado, realizou a operação da Corvo, que interrompeu a rede internacional de tráfico de armas, que partia do Paraguai. E a gente vem intensificando ações com eles de investigação e, além disso, fortalecendo ações juntas com a Polícia Rodoviária Federal também, que tem a responsabilidade de fazer o policiamento ostensivo nas estradas", iniciou.
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Werner indicou que planeja novas operações para evitar a entrada de arsenais contrabandeados internacionalmente no país.
"Fizemos ano passado a operação de vida segura, semana passada estávamos reunidos com a Polícia Rodoviária Federal para que esse ano nós possamos também já dar início ao fortalecimento dos trabalhos de fiscalização nas nossas fronteiras, nossas estradas baianas, seja com a Polícia Rodoviária Federal, seja com a nossa Polícia Rodoviária Estadual", finalizou.
Por fim, o secretário revelou planejamentos para a criação de um departamento especializado em tráfico de armas. "Ano passado aumentamos 15%, esse ano estamos com mais de 17%, são mais de 1.700 armas aprendidas somente nesses meses, e a gente vai continuar. Estamos com um projeto na Polícia Civil para que a gente crie uma unidade especializada para a investigação do tráfico de armas. Em razão da quantidade de armas que a gente tem aprendido", disse.