![Quadrilhas juninas fazem apresentações com enredos](https://cdn.jornalmassa.com.br/img/Artigo-Destaque/1250000/380x300/Quadrilhas-mirins-de-Salvador-lutam-para-manter-a-0125858800202405250915-ScaleOutside-1.webp?fallback=%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F1250000%2FQuadrilhas-mirins-de-Salvador-lutam-para-manter-a-0125858800202405250915.jpg%3Fxid%3D5989634&xid=5989634)
Em um cenário onde a violência e a falta de oportunidades muitas vezes limitam os sonhos dos jovens, as quadrilhas juninas emergem como uma luz de esperança.
Elas não apenas celebram a tradição nordestina, mas também oferecem um espaço seguro e acolhedor para que as crianças e adolescentes possam se expressar e desenvolver habilidades essenciais para a vida.
No Pero Vaz, em Salvador, a quadrilha Germe da Era está há 43 anos acolhendo crianças da cidade. Tudo começou com Naná Estrela e hoje a filha dela, Ninha, é quem segue colocando lenha nesta fogueira.
![Ninha Estrela e Tina Estrela estão nos preparativos para as apresentações da quadrilha mirim Germe da Era](https://cdn.jornalmassa.com.br/img/inline/1250000/0x0/Quadrilhas-mirins-de-Salvador-lutam-para-manter-a-0125858800202405250915-1.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.jornalmassa.com.br%2Fimg%2Finline%2F1250000%2FQuadrilhas-mirins-de-Salvador-lutam-para-manter-a-0125858800202405250915.jpg%3Fxid%3D5989636%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1718308786&xid=5989636)
“Começamos com um grupo de samba, depois a quadrilha chegou e estamos aí fazendo esse trabalho de educar, de levar a cultura”, contou. “Hoje nós vemos tantas pessoas que passaram pela quadrilha e estão no meio artístico, ganharam o mundo, é gratificante”, contou.
As quadrilhas juninas fazem apresentações com enredos durante o São João, assim como as escolas de samba fazem no carnaval. Neste ano, o tema da Germe da Era é: “Fui atrás da felicidade e encontrei o forró” com a quadrilha composta por 40 crianças.
![Neste ano, o tema das apresentações da Germe da Era será "Fui atrás da felicidade e encontrei o Forró"](https://cdn.jornalmassa.com.br/img/inline/1250000/0x0/Quadrilhas-mirins-de-Salvador-lutam-para-manter-a-0125858801202405250915-1.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.jornalmassa.com.br%2Fimg%2Finline%2F1250000%2FQuadrilhas-mirins-de-Salvador-lutam-para-manter-a-0125858801202405250915.jpg%3Fxid%3D5989637%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1718308786&xid=5989637)
Por trás de cada passo ensaiado e cada figurino colorido, há um trabalho árduo de pessoas que dedicam seu tempo e energia para transformar essas crianças em cidadãos conscientes e participativos.
As quadrilhas mirins são muito mais do que apresentações artísticas; são projetos sociais que promovem disciplina, respeito e trabalho em equipe e, principalmente, mantém viva a cultura nordestina.
Esse compromisso se repete em cada uma das agremiações na cidade. Em Massaranduba, na Cidade Baixa, um outro grupo está ajudando a reduzir a evasão escolar e a afastar os jovens da criminalidade: a quadrilha mirim Forró do Luar.
![Na foto, Anna Franco, presidente da Forró do Luar, que esse ano vem com o tema "Isso é lá com o Santo Antônio"](https://cdn.jornalmassa.com.br/img/inline/1250000/0x0/Quadrilhas-mirins-de-Salvador-lutam-para-manter-a-0125858802202405250915-1.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.jornalmassa.com.br%2Fimg%2Finline%2F1250000%2FQuadrilhas-mirins-de-Salvador-lutam-para-manter-a-0125858802202405250915.jpg%3Fxid%3D5989638%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1718308786&xid=5989638)
“É uma história longa, que foi fundada pelo pai de Anna Franco, hoje presidente da quadrilha. São quase 50 anos e sempre com crianças que são filhas dos antigos dançarinos”, conta Anderson Dias, vice-presidente da quadrilha.
Anderson garante que o trabalho da Forró do Luar ultrapassa as barreiras juninas. Os ensaios estão a todo vapor para o São João, mas não só de dança vive a quadrilha. “Essas crianças estão o ano inteiro com a gente, aqui tem dança, tem teatro, tem futebol. É um trabalho de resgate e de formação, de cidadania”, explicou Anderson.
Falta apoio financeiro
Com a aproximação das festas juninas, as quadrilhas mirins intensificam seus ensaios e preparam-se para brilhar nos palcos da cidade. No entanto, o futuro dessas iniciativas depende de apoio contínuo, seja de órgãos públicos, de empresas privadas ou da sociedade civil. Todo esse trabalho social e entrega que é feita para as crianças parte de um trabalho árduo e na maior parte das vezes voluntários, com custos altos. Quem custeia as lindas roupas das crianças? Quem paga o transporte para levar a galerinha até os locais das apresentações? Por isso, as quadrilhas juninas mirins precisam contar com apoio para sobreviver.
![Equipe de direção da quadrilha mirim Forró do Luar](https://cdn.jornalmassa.com.br/img/inline/1250000/0x0/Quadrilhas-mirins-de-Salvador-lutam-para-manter-a-0125858803202405250915-1.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.jornalmassa.com.br%2Fimg%2Finline%2F1250000%2FQuadrilhas-mirins-de-Salvador-lutam-para-manter-a-0125858803202405250915.jpg%3Fxid%3D5989639%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1718308787&xid=5989639)
“Queria que alguém conseguisse uma splinter, por exemplo, para levar os meninos para os lugares. Eu não tenho como cobrar transporte dos dançarinos, precisamos ajustar para conseguir levá-los para as apresentações”, contou Ninha, da Germe da Era.
![Equipe de direção da quadrilha mirim Forró do Luar](https://cdn.jornalmassa.com.br/img/inline/1250000/0x0/Quadrilhas-mirins-de-Salvador-lutam-para-manter-a-0125858803202405250915-1.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.jornalmassa.com.br%2Fimg%2Finline%2F1250000%2FQuadrilhas-mirins-de-Salvador-lutam-para-manter-a-0125858803202405250915.jpg%3Fxid%3D5989639%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1718308787&xid=5989639)
“Para manter esse trabalho é muito caro, precisamos de apoio financeiro. O custo hoje para montar uma quadrilha mirim chega a R$ 50 mil. Só de roupa estamos pagando R$ 15 mil. Quando o custo chega aos R$ 30 mil a gente para de fazer as contas”, disse Anderson, da Forró do Luar. “Mas escolhemos seguir, todo ano estamos aqui”.