“Um grito de boas-vindas para o São João”, assim definiu Junior Bomfim, vocalista da Cangaia de Jegue, sobre nova música do grupo. Intitulada Vem São João, o lançamento é a aposta da banda para o período junino e vai estrear com grande estilo.
A Cangaia vai se apresentar nesta sexta-feira (21), no Pelourinho, às 19h, e promete fazer todo mundo dançar ao som do novo hit. Junior é o autor da letra e conta que existe um simbolismo pessoal por trás da canção.
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“A letra fala sobre os elementos do São João. É como se eu estivesse falando do que eu vejo quando estou em cima do palco”, detalhou o cantor em entrevista ao MASSA!.
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Como o nome indica, a música foi especialmente pensada para o período de junho, o que faz ela ser bem diferente das demais produções do grupo. “É uma música que respeita a tradição, até mesmo porque é num ritmo que praticamente não é tocado fora do São João, que é o arrasta-pé”, completou.
O forrozeiro não escondeu a animação de estar se apresentando de novo no Pelourinho, fazendo até uma comparação inusitada.
“Comparando com outra festa, é como se fosse a pipoca da Cangaia de Jegue”, pontuou.
Além disso, Júnior aproveitou para rasgar elogios ao público do local. Segundo ele, a galera participa ativamente durante as apresentações. “Não importa a época do ano, o público do Pelourinho é extremamente caloroso, participativo e feliz”, contou.
Ele ressaltou a importância de exaltar os símbolos do Nordeste durante esse período. “A gente tem que reverenciar os grandes anfitriões da festa, que são a sanfona, o forró e os artistas de forró”, disparou.
E para quem não curtir um bom arrasta-pé, o cantor já preparou uma dica especial. “Para galera que não é chegada, acho que precisam experimentar de outra maneira, porque de repente não foi do jeito certo”, brincou.
Apaixonado pelo São João
Completamente apaixonado pelo Sanju, Junior Bomfim relata que mesmo depois de duas décadas com a Cangaia de Jegue, ele ainda sente um misto de emoções quando o mês de junho chega.
“É um misto de ansiedade, nervosismo, satisfação e alegria. É muito maravilhoso, curtindo ou trabalhando”, definiu.
Curtindo a festa desde criança, Junior conta que o motivo para tamanha paixão é a nostalgia que ela desperta. “Eu me lembro dos meus vizinhos saindo para pegar palha de coco, de todo mundo unido colocando bandeirola, da fogueira na frente de casa, do cheiro da fumaça”, admitiu.
Apesar de entender que os tempos são outros, o artista revelou o desejo que seu filho cultive esse mesmo tipo de memória com a data. “Eu queria muito que meu filho vivesse isso. Eu sei que não é mais da mesma forma, mas eu fico com vontade que ele viva isso”, pontuou.
As diferenças do público soteropolitano
Apesar de se apresentar hoje em Salvador, o vocalista da Cangaia de Jegue não deixou de enfatizar a potência do público interiorano. “O calor para viver o São João é mais intenso no interior”.
Além disso, ele lembrou alguns perrengues que teve com os soteropolitanos logo no início da carreira.
Criada na cidade de Jequié, a vinda da Cangaia para a capital baiana foi cercada de percalços.
“O início em Salvador foi uma labuta. Portas na cara, shows vazios porque ninguém nos conhecia, fazer diversos shows só pela comida basicamente”, disse.
Com o tempo, a banda foi ganhando mais notoriedade, estourando de vez quando Michel Teló regravou a canção Ai Se Eu Te Pego, Junior admite que, apesar da surpresa com a fama, o grupo sempre teve grandes ambições. “Realmente não dava para esperar o sucesso, mas a gente sempre mirou alto”, declarou.
*Sob supervisão do editor Jefferson Domingos
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