Alexandre de Moraes recebeu na semana passada um pedido de prisão contra Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, primo dos filhos mais velhos de Jair Bolsonaro (PL), elaborado pelo Coletivo de Direito Popular, formado por advogados ligados à UFF [Universidade Federal Fluminense]. O ministro do Supremo, no entanto, resolveu barrar a tramitação dessa causa.
Tão logo tomou conhecimento dela, o magistrado determinou o arquivamento por entender, segundo o colunista de O Globo Lauro Jardim, que já há um outro processo no STF, também iniciado em janeiro, a pedido do Ministério Público Federal.
Nele, o próprio Moraes autorizou uma operação de busca e apreensão contra o sobrinho do ex-presidente Bolsonaro, também no início do ano, pelo mesmo motivo. Nos autos do caso movido pelo MPF, ficará contida a petição do Coletivo Direito Popular.
Com a movimentação, novas decisões de Moraes a respeito de Léo Índio serão tomadas em sigilo. Isso porque a ação movida pelos advogados não estava em segredo de justiça, diferentemente da que foi aberta pelo MPF.
A Procuradoria-Geral da República, aliás, indicou ao ministro a importância de manter a tramitação de apenas um dos dois casos e de manter os próximos passos em sigilo.
Vale ressaltar que a nova ação estava sob relatoria de Dias Toffoli e foi redistribuída para Moraes por ter relação com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, em Brasília: o membro do clã bolsonarista esteve na invasão ao prédio do Congresso, daí o pedido para que seja punido.