
O tenente-coronel e ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid, confirmou nesta segunda-feira (9) que houve uma tentativa de golpe de Estado após o resultado das eleições de 2022.
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Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), Cid comentou sobre a existência de um documento que previa a prisão de ministros do STF e de parlamentares do Congresso Nacional. Além disso, o ex-ajudante de ordens afirmou que Bolsonaro leu o documento e chegou a fazer alterações.
"Sim, [Bolsonaro] recebeu e leu. Ele enxugou o documento, basicamente retirando as autoridades das prisões. Somente o senhor [Moraes] ficaria como preso. O resto, não", declarou Cid, ao ser questionado pelo relator Alexandre de Moraes.
Bolsonaro fez pressão
Ainda de acordo com Mauro Cid, Bolsonaro pressionou o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, a apresentar um relatório que apontasse supostas fraudes nas eleições — o que não ocorreu, gerando irritação no ex-presidente.
“Essa pressão realmente existia. O general Paulo Sérgio tinha uma conclusão nesse documento voltado para um lado mais técnico. E havia a tendência de fazer algo mais voltado para o lado político. No final, chegou-se a um meio-termo, que foi o documento produzido e assinado", afirmou Cid.
Próximos a depor
As oitivas dos oito réus do núcleo central da trama golpista acontecem entre esta segunda-feira (9) e a sexta-feira (13), em sessões convocadas pela Primeira Turma do STF. São eles: Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.
Entre os crimes atribuídos ao grupo estão: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, formação de organização criminosa, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado.
O ex-presidente Jair Bolsonaro deve depor entre quarta-feira (11) e quinta-feira (12).