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Eleições 2022 - 03/04/2023, 07:40 - Anderson Orrico

Viagem de Torres à Bahia pode estar ligada a tentativa de golpe

Ex-ministro é investigado pela Polícia Federal

Anderson Torres é um dos principais aliados de Bolsonaro
Anderson Torres é um dos principais aliados de Bolsonaro |  Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres é investigado pela Polícia Federal por uma viagem à Bahia, dias antes do segundo turno das eleições 2022, dizendo que iria reforçar o contingente da PF no estado para combater possíveis crimes eleitorais como a compra de votos. No entanto, a suspeita é de que ele tenha ido muito além disso. As informações são do Blog da Andréia Sadi, do G1.

Na época, Torres não só pediu à superintendência da PF da Bahia que trabalhasse junto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para fazer a fiscalização nas rodovias, como, segundo alguns investigadores ouvidos pelo blog, o pedido real foi que interrompessem a ida de eleitores na região para que eles não conseguissem votar em Lula.

A Bahia é um dos Estados onde o presidente Lula tem maior popularidade e eleitores. Somente no primeiro turno, Lula teve 69,7% dos votos no estado, enquanto Bolsonaro teve 24,3%. No segundo turno, pouco mais de 2 milhões de votos colocaram Lula na frente.

A presença do ex-ministro na Bahia é tida como pressão do governo Bolsonaro à superintendência regional para favorecer o então presidente da República utilizando a máquina pública. A PF é polícia judiciária e tem a realização de investigações como uma de suas missões. Já a PRF é polícia ostensiva e atua na fiscalização de rodovias.

Em 2022, o blog da Sadi revelou que Bolsonaro mandou que Torres colocasse em prática no Nordeste, por ser uma região majoritariamente pró-Lula, o plano da campanha bolsonarista envolvendo o uso político da Polícia Rodoviária Federal no dia 30 de outubro, segundo turno da eleição.

No dia do segundo turno de 2022, a PRF realizou inúmeras blitze e parou veículos que transportavam eleitores em todo o país. A maior parte das operações – que haviam sido proibidas no dia anterior pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes – aconteceu em estados do Nordeste.

Anderson Torres, um dos principais aliados de Bolsonaro, tinha ciência do mapa feito por integrantes da campanha do ex-presidente em que foram apontadas as regiões do país em que Lula era mais forte.

Na Bahia, Torres se reuniu com Leandro Almada, ex-superintendente da PF no estado, e outros integrantes da PF. Ele pediu que a PF atuasse nas ruas junto com a PRF no dia do segundo turno, para reforçar a operação e coibir eventuais crimes eleitorais. Depois do encontro, a equipe do ex-ministro encaminhou um documento com uma lista de cidades em que o efetivo policial deveria ser reforçado.

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