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Os vereadores do PDT vêm torcendo o nariz para a possibilidade de o partido migrar para a base do governo Jerônimo Rodrigues (PT) em meio às investidas do presidente estadual Félix Mendonça Jr.
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Na última quarta-feira (12), o dirigente estadual se reuniu com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e abriu discussão sobre o possível apoio à gestão estadual nas eleições de 2026, como antecipado pelo Portal A TARDE.
No cenário atual, a sigla integra o bloco de oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), com um deputado estadual, e a base governista na Câmara Municipal de Salvador (CMS), que conta com quatro vereadores.
Aliado de primeira hora do prefeito, o vereador Omarzinho Gordilho (PDT), minimizou as tratativas entre Félix e o ex-governador da Bahia. O pedetista ainda pregou cautela sobre as eleições de 2026, que serão disputadas em outubro.
“A gente acabou de sair de uma eleição [municipal] agora, onde o PDT demonstrou a sua força, elegendo quatro vereadores, entre os mais votados nesta eleição, nós temos a vice-prefeita de Salvador. Ou seja, nossa contribuição junto a gestão do prefeito é enorme e tenho certeza que o presidente estadual do partido vai no momento certo fazer essas discussões”, afirmou o edil ao portal, após a sessão ordinária desta segunda-feira, 17.
“Eu acho que não é o momento de antecipar o momento eleitoral. Nós temos muito problema na nossa esfera nacional, estadual a ser tratadas pelos deputados estaduais, assim como o trabalho na Câmara de Vereadores. A política eleitoral só vai acontecer agora no ano de 2026”, acrescentou.
Já a vereadora Roberta Caires, aliada do ex-prefeito, ACM Neto (União Brasil), rechaçou qualquer possibilidade de migração da sigla no âmbito municipal para os “braços” do governo petista.
“Eu não acredito em uma migração do PDT de Salvador para o governo do Estado, de forma nenhuma. Segundo, um dos motivos que me fez ingressar no partido foi justamente um partido que tivesse alinhado com políticas públicas sérias, eficazes, e que é muito bem demonstrada. A gente faz parte de um grupo coeso de trabalho. Até porque qualquer movimentação nesse sentido, eu não estaria com condições de continuar [no partido]”, declarou Caires.
A edil se filiou ao partido fundado por Leonel Brizola durante o período da janela partidária das eleições municipais, em abril do ano passado. Antes, Caires integrava um dos quadros do PP.
Por outro lado, o vereador Anderson Ninho (PDT) negou o racha dentro da legenda e reafirmou o seu compromisso com o governo Bruno Reis.
“Eu ainda não tive nenhuma informação. Eu sei que o presidente [Félix Mendonça Jr] sempre comunica algo e eu não recebi nenhuma comunicação desse tipo. O que eu posso afirmar é que sou aliado número 1 do prefeito Bruno Reis e continuo nessa pegada”, disse.
Em contrapartida, o coordenador do movimento municipalista da sigla, o ex-prefeito de Araci, Silva Neto, vem tensionando o retorno do partido para o arco de alianças do governo estadual.
“Se as bases do PDT forem consultadas sobre esse assunto, como sugeriu na semana passada o deputado federal Leo Prates, a tendência será a retomada dessa parceria com o governo do Estado. A maioria dos nossos prefeitos já votou em Jerônimo em 2022 mesmo a Executiva do partido na Bahia tendo ficado com ACM Neto", disse Silva Neto.
Segundo o pedetista, sete dos oito prefeitos eleitos da sigla defende a migração do partido para o governo da Bahia.
Rompimento
PDT e PT romperam relações na Bahia em 2022. Nas eleições daquele ano, a legenda trabalhista apoiou a candidatura de ACM Neto (União Brasil) ao Palácio de Ondina. Porém, no pleito municipal de dois anos depois, a relação de Félix com Neto estremeceu após a prefeita eleita Débora Régis trocar o PDT pelo União