O vereador e membro do Sindicato dos Rodoviários, Tiago Ferreira (PT), pregou cautela ao comentar sobre o embate entre os funcionários e as empresas de ônibus. Ele afirmou, nesta segunda-feira (20), que pretende esgotar todas as possibilidades de conversas com a prefeitura de Salvador e empresários antes de deflagrar uma possível greve dos transportes públicos.
“Olha, nós vamos esgotar todas as argumentações na mesa [de negociações] para tentar evitar uma greve. O sindicato, o papel do sindicato é resolver as pautas dos trabalhadores. A greve é um instrumento que é utilizado pelo conjunto dos trabalhadores para poder pressionar aquela pauta acontecer", argumentou o edil.
Tiago também destacou a importância da prefeitura na mesa de negociações, para que ambas as partes saiam satisfeitas e não aconteça algo que seja prejudicial para Salvador.
"Eu tenho colocado muito de que é necessário a prefeitura de Salvador, o secretário Fabrício Muller, se envolverem na discussão para que a gente possa ter ali alguém que seja isento das discussões, que não tome lado e que coloque, por exemplo, uma concessão pública. A prefeitura tem total responsabilidade, porque as empresas estão rodando porque a prefeitura deu a concessão. Portanto, o prefeito tem que chamar, ‘não queremos que a cidade seja prejudicada, como é que vocês resolvem aí’, chamar o sindicato, onde é que você pode moderar também com relação à quantidade de pautas e tentar ser o mediador para impedir uma greve”, comentou.
Apesar da cautela, o vereador não descarta uma greve e afirmou que esse é um instrumento utilizado para que a classe trabalhadora seja ouvida e consiga seus direitos.
“A greve pode acontecer, claro. A gente está ali para poder fazer a luta dos trabalhadores, mas sendo muito franco, nosso objetivo não é a greve. Nosso objetivo é sair com algumas das pautas que a gente sabe que não vai vir todas as pautas que a gente colocou. Os trabalhadores rodoviários também sabem que não vai vir todas as pautas, mas que a gente possa avançar em algumas que apresentamos e, obviamente, que a proposta financeira não seja aquela proposta abaixo da inflação, porque a gente sabe que a inflação é apenas a reposição da perda do período. Então, quando a gente só coloca a inflação, a gente significa manter a mesma coisa, a gente não está avançando", pontuou Tiago.
"Então, agora é o momento da gente avançar. Nós já vivemos o momento apenas de manter, que foi o momento de pandemia, foi o momento em que a economia estava ruim. Hoje, graças a Deus, as coisas começaram a melhorar, portanto tem que melhorar também para os trabalhadores", concluiu o vereador.