As últimas declarações do presidente Lula sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia vem gerando desconfortos diplomáticos entre alguns países. No domingo (16), Lula propôs a criação de um “G20 para a paz”, grupo de países para mediar o conflito. Já nesta terça-feira (18), a Rússia afirmou que a proposta "merece atenção".
"Qualquer ideia que leve em conta os interesses da Rússia merece atenção e certamente precisa ser ouvida", disse nesta terça o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, ao ser perguntado sobre a sugestão de Lula.
No entanto, as falas de Lula deixaram o governo da Ucrânia irritado, que, também nesta terça-feira, convidou o presidente brasileiro a visitar Kiev para que "compreenda a realidade da agressão russa".
O porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko, fez críticas ao presidente brasileiro por colocar "a vítima e o agressor no mesmo nível" e por atacar os aliados da Ucrânia que a ajudam a "proteger-se de uma agressão assassina".
Na segunda-feira (17), Lula recebeu em Brasília o chanceler russo, Sergei Lavrov, para promover uma mediação internacional na guerra da Ucrânia. No domingo, ele também disse que o Ocidente está estimulando a continuidade do conflito, o que gerou fortes críticas por parte dos Estados Unidos e de países europeus.
Washington acusou o Brasil de estar "papagueando a propaganda russa e chinesa sem observar os fatos em absoluto".