O famoso 'tanto faz' usado pelo ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), na disputa presidencial, ainda é alvo de críticas no meio político. A estratégia do candidato ao governo da Bahia de não declarar voto aos candidatos à presidência da República (Jair Bolsonaro e Lula) é uma tentativa de atrair os eleitores simpatizantes dos dois postulantes.
Duas vezes governador da Bahia (2007-2014), o senador Jaques Wagner (PT) não poupou Neto das críticas, nesta quarta-feira (26), e classificou a postura do adversário de Jerônimo Rodrigues (PT) de "deplorável". Para cobrar uma posição do político, o parlamentar baiano ainda mencionou o ex-senador Antônio Carlos Magalhães (m.2007), avô do ex-prefeito.
"Um cara querendo ser governador de um Estado que é pátria-mãe do Brasil dizendo que tanto faz, que ele conversa com todo mundo. Eu acho isso deplorável. Como alguém que está numa posição de ser governador do Estado querendo dar uma de esperto e pongador? Tenha posição. Tome posição na vida, como seu avô tomava. Não fique com duas camisas de time dentro da mochila, para você vestir a que ganhar. Isso é posição de político? Pra mim não é. Eu já ganhei e perdi eleição, mas nunca deixei de me posicionar", detonou Wagner, em entrevista à Rádio Metrópole.
Wagner também citou opções de apoio para Neto no primeiro turno, como a senadora Soraya Thronicke, União Brasil, e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que tentaram uma aproximação, sem sucesso.
"Ele quer conversar consigo mesmo, com o espelho. Eu acho que é um crime alguém não se posicionar no oportunismo de uma eleição. Tinha a candidata dele, tinha o Ciro, uma pá de gente para ele se alinhar. Essa não é uma eleição comum", finalizou.
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