O acordo entre a Petrobrás e o Fundo Mubadala para o início do processo de investimento conjunto com a Acelen, que tem o controle da Refinaria Landulfo Alves Mataripe (Rlam), pode ser considerado como o primeiro passo para a reestatização da planta.
Para o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, o acordo visa iniciar o processo de investimento conjunto para a participação da Petrobrás em projetos de biorrefino. Além disso, Bacelar destaca que a luta da categoria petroleira é para que Rlam volte a ser um ativo da empresa.
Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia afirmou no último domingo que a Rlam é “um ativo histórico da Petrobrás que nunca deveria ter sido vendido”. A reestatização é uma bandeira defendida pela FUP, enxerga a privatização da refinaria como a responsável pelos aumentos nos preços dos derivados acima da média nacional.
A Rlam foi vendida para a Mubadala Capital em fevereiro de 2021, no entanto, continuou sendo operada pela Petrobras até dezembro daquele ano. Momento em que a operação foi transferida para a Acelen, empresa criada pela Mubadala. Desde o momento desta transferência, o preço médio da gasolina vendida nos postos de combustíveis do Estado da Bahia superaram a média de preço nacional.
Em relação à estatal, as refinarias que pertenciam à Petrobras e foram privatizadas nos processos de desinvestimentos, vem tendo preços, em média, 5,5% mais caros. Atualmente, o valor alcança uma porcentagem de 8,6% maior.
“A FUP entende que o processo de crescimento da capacidade de refino da Petrobrás passa necessariamente pela reintrodução da Rlam aos ativos da empresa, que voltaria a ter o controle da refinaria baiana”, afirma o dirigente. Bacelar também lembra que o fundo Mubadala, via Acelen, em parceria com a Petrobrás, conseguiria investir também em projetos de energias renováveis, como hidrogênio verde.
Devido ao fato do Polo Petroquímico de Camaçari estar próximo à rede de transmissão que traz energias dos parques baianos de energia eólica e solar, o combustível se torna um grande potencial na Bahia.
O coordenador-geral enxerga que o projeto de diesel verde da Rlam foi completamente desenvolvido pela Petrobrás, pioneira da tecnologia para a produção de combustível renovável. “Ele já estava pronto quando a Mubadala comprou a refinaria”, ressalta Bacelar, sobre os projetos de processamento de diesel vegetal que estão em curso em várias unidades da Petrobrás.
Sendo a primeira refinaria do Brasil, a Rlam foi privatizada em dezembro de 2021, durante o governo Bolsonaro. Fundada no ano de 1950, a unidade situada no Recôncavo Baiano se tornou parte da Petrobrás em 1953, no momento em que a estatal foi criada. A Rlam tem uma área de 6,5km², além de uma capacidade de produção de 377 mil barris/dia de produtos de alto valor agregado.