A Procuradoria Geral da República afirmou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) teria utilizado um funcionário e uma empresa contratada para cuidar das redes sociais dela e de candidatos do PL para fazer pagamentos ao hacker Walter Delgatti pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Zambelli e Delgatti foram denunciados pela PGR nesta terça-feira (23).
A invasão do sistema do CNJ tinha como ideia principal descredibilizar o sistema judiciário brasileiro, inclusive colocando um mandado de Justiça em aberto para o ministro do STF Alexandre de Moraes. De acordo com a denúncia, Zambelli foi quem orquestrou a invasão.
"O pagamento a Walter Delgatti foi escamoteado, já que realizado por interpostas pessoas, o funcionário Jean Hernani Guimarães Vilela e a empresa de sua esposa, a Hernani Filmes E Marketing Digital, à época contratada para cuidar das redes sociais e materiais de campanha de uma frente parlamentar de doze candidatos do PL", relata o texto.
A empresa e o funcionário ligados aos pagamentos de Zambelli não foram denunciados pela PGR. Em nota à imprensa, Zambelli alega surpresa na denúncia e que não existem provas em seu nome.
"A narrativa dele acusando a Deputada e terceiras pessoas foi desmentida pela própria investigação, e a defesa irá exercer sua amplitude para demonstrar que ela não praticou as infrações penais pelas quais foi acusada", comenta em nota.
A defesa do hacker esclareceu em nota enviada ao G1 e comentou que o seu cliente estava falando a verdade durante seus depoimentos em que citava o nome da deputada.
"Walter é réu confesso na invasão do CNJ, portanto não é surpresa a denúncia em seu desfavor. Com relação à denúncia perpetrada a Carla Zambelli, só confirma que Walter falou a verdade".