
A Polícia Federal avalia que Michelle e Jair Bolsonaro devem ser ouvidos na investigação sobre a tentativa do antigo governo de receber ilegalmente no Brasil joias que eram presentes do regime da Arábia Saudita. As informações são da coluna de Bela Megale, do Globo.
A defesa do casal acredita que é difícil que eles não sejam convocados para depor sobre as joias avaliadas em R$ 16,5 milhões. A previsão é que o inquérito seja instaurado nesta segunda-feira (6) e conduzido pela Superintendência do órgão em São Paulo.
Delegados ouvidos pela coluna fizeram um roteiro a ser seguido nas apurações. Os primeiros a depor seriam os funcionários da Receita Federal que tiveram envolvimento com a apreensão das peças. Os investigadores acreditam que é necessário apurar quais autoridades e funcionários do antigo governo solicitaram a liberação das joias, a pressão que fizeram e a mando de quem atuaram.
Como revelou o jornal “O Estado de S. Paulo”, em outubro de 2021 colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes enviados pelo regime da Arábia Saudita a Michelle e Jair Bolsonaro foram retidos pela Receita Federal. O material era trazido por um auxiliar do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. A antiga gestão tentou oito vezes pegar as peças de volta. As ordens foram dos ministérios como o Itamaraty, Minas e Energia, além do gabinete presidencial de Jair Bolsonaro.
Os investigadores dizem também que o ex-ministro Bento Albuquerque, seu ex-auxiliar Marcos Soeiro, que trouxe as peças, e as outras autoridades envolvidas nas tentativas de reaver o conjunto de diamantes também devem ser ouvidas.
Os investigadores querem também tentar ouvir membros do regime saudita para confirmar a quem foi destinado o presente milionário, apontados pelo próprio ex-ministro Bento Albuquerque como sendo Michelle e Jair Bolsonaro.