A investigação que mirava a suposta pregação de um golpe de Estado por parte de alguns dos empresários mais conhecidos do país acabou esbarrando com um exemplo cristalino da atuação do próprio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no disparo de desinformação e ataques às instituições. Pelo menos é o afirma a jornalista Daniela Lima, do Conexão GloboNews.
A mensagem atribuída ao contato "PR Bolsonaro 8", encontrada no celular de Meyer Nigri, o fundador da Tecnisa, traz não só ataques a integrantes do Supremo, como fake news sobre urnas, pesquisas e, por fim, a ordem: "Repasse ao máximo", destacada com caixa alta.
No texto, o contato vinculado a Bolsonaro ataca a ação do ministro Luís Roberto Barroso de defender o "processo eleitoral como algo seguro e confiável" e trata a defesa do voto eletrônico como "interferência".
Por fim, cita uma suposta fraude, nunca nem sequer lastreada em suspeitas palpáveis, e ataca um instituto de pesquisa, dizendo que ele inflava os números pró-Lula.
Após a ordem para disparar a fake news e os ataques a Barroso e outros ministros do STF e do TSE não nominados, Bolsonaro recebe uma resposta de Nigri. "Já repassei para vários grupos!". Ao se despedir do agora ex-presidente, o empresário envia "abraços de Veneza".