Durante a abertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) para o ano de 2024, nesta quinta-feira (1º), o senador Otto Alencar (PSD), comentou com exclusividade ao Portal Massa! sobre a operação deflagrada pela Polícia Federal contra a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Otto afirmou que era perseguido desde a época da CPI da Covid-19.
“Isso é desde a época da Covid. Nós na Covid, todos nós que enfrentamos o Bolsonaro, foi um enfrentamento muito duro. Fomos monitorados. O meu telefone foi grampeado, eu tive que mudar o número. Foi clonado duas vezes o telefone. Eu fui hostilizado em aeroporto, hostilizado em Brasília, não dava para ir no restaurante. E eles monitoravam a CPI da Covid”, iniciou o senador.
Otto também revelou que se encontrava secretamente com outros membros da CPI para ter conversas secretas e não vazar, mas tudo era espionado.
“Nós tínhamos reuniões secretas na casa do senador Omar Aziz à noite. A gente chamava o bacalhau do Omar Aziz, a gente jantava lá. E falava as coisas internamente, eu e mais três ou cinco, seis no máximo. Nenhum de nós soltava pra imprensa, no outro dia tava tudo na imprensa de manhã cedo. Porque eles grampeavam, eles monitoravam, meu telefone foi clonado, eu tinha dificuldade de conversar com os colegas. Então, desde aquela época da Covid, que essa Abin paralela agia. A Abin, órgão do GSI [Gabinete de Segurança Institucional], que era comandado pelo general Heleno, que na minha opinião está totalmente envolvido nisso”, pontuou.
O senador acredita que o general seja chamado para dar explicações à PF, já que tudo era feito, supostamente, com o aval dele.
“Ele tem que ser chamado agora pela Polícia Federal para se explicar. E o Ramagem, que era o delegado federal, era da família do Bolsonaro, andava com Bolsonaro, com os filhos de Bolsonaro, hoje deputado federal. Então, ninguém tinha dúvida que estava sendo monitorado, investigado, com o telefone grampeado. No meu caso, por exemplo, e do Rogério Carvalho, senador de Sergipe, a Receita Federal vasculhou a nossa vida toda, tanto que lá em Sergipe, uma pessoa da Receita avisou ao Rogério, nós não tínhamos nada a pagar com a justiça, ele não tem, eu também não tenho, não sei o que é um promotor me denunciar, não sei o que é responder a um processo há 36 anos de política, então pode botar pelo avesso que não tem problema”, disparou Otto.
Otto Alencar entrou em contato com outros colegas para solicitar uma investigação mais severa sobre o caso.
“E falei ontem com o Rodrigo [Pacheco], presidente do Senado, e ele vai pedir ao Supremo Tribunal Federal, se por acaso tiver elementos, para processar os autores dessa investigação criminosa que se faz para intimidar a política, no meu caso não, mas intimidar um ou outro e eu espero que se resulte na punição dos culpados, eu tenho certeza absoluta que o general Augusto Heleno teve participação nisso”, completou.