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Especial: 60 anos do Golpe - 31/03/2024, 17:16 - Vitor Lyrio

O que foi, como começou e como o Golpe Militar de 64 nos afeta hoje?

Embarque neste passeio sobre um dos períodos mais sombrios da história brasileira

Esta imagem de Evandro Teixeira se tornou um símbolo da luta contra a repressão militar
Esta imagem de Evandro Teixeira se tornou um símbolo da luta contra a repressão militar |  Foto: Evandro Texeira/ Instituto Moreira Salles

No dia 31 de março de 1964, o Brasil sofreu com o começo de um período que moldaria profundamente seu futuro: a Ditadura Militar. Naquela época, o país enfrentava um cenário de turbulências política e social, com tensões entre diferentes grupos ideológicos e uma polarização que ia crescendo mais a cada dia.

Nas eleições de 1961, Jânio Quadros foi eleito presidente da república, porém ele renunciou, inesperadamente, após apenas sete meses de governo. Segundo documentos históricos e diversos pesquisadores, Jânio queria causar um choque em todo o Brasil, fazendo com que o Congresso, os militares e até mesmo a população implorasse pela sua volta ao poder. Porém, surpreendendo Jânio, a renuncia foi aceita pelo Congresso, e seu vice-presidente, João Goulart, assumiu a presidência, gerando preocupações entre os conservadores e as Forças Armadas devido às suas políticas 'reformistas' e sua proximidade com grupos de esquerda.

Durante o governo Goulart, todas as medidas tomadas por ele como planos para o Brasil eram fortemente criticadas por setores mais conservadores da sociedade e por parte das Forças Armadas, que temiam um avanço da esquerda no Brasil e uma suposta 'ameaça comunista'.

Por conta desta polarização política e social, o golpe militar de 1964 aconteceu. Segundo o exército e seus apoiadores, a medida era uma intervenção para preservar a ordem e combater a ameaça comunista no Brasil, porém o regime militar durou até o ano de 1985.

Em 1968, as atrizes Eva Todor, Tônia Carreiro, Eva Wilma, Leila Diniz, Odete Lara, Cacilda Becker e Norma Bengell, marcharam contra a censura do governo em plena ditadura militar
Em 1968, as atrizes Eva Todor, Tônia Carreiro, Eva Wilma, Leila Diniz, Odete Lara, Cacilda Becker e Norma Bengell, marcharam contra a censura do governo em plena ditadura militar | Foto: Gonçalves / Agência O Globo

Neste período, diversos nomes surgiram, e vários deles são bem conhecidos até os dias de hoje.

Luís Inácio Lula da Silva, que é nada mais, nada menos do que o atual presidente do Brasil pela terceira vez, sendo a única pessoa a conseguir ser eleito três vezes para o posto;

Dilma Rousseff, na época uma árdua ativista que protestava contra a ditadura, chegou até a ser presa, torturada e condenada por fazer parte de supostas organizações clandestinas. Dilma foi e é, até então, a única mulher a ser eleita presidente da república. Ela governou de 2011 até 2016, quando foi retirada do posto de presidente através do impeachment.

Carlos Marighella foi um guerrilheiro e líder da Ação Libertadora Nacional (ALN). Ele foi uma figura proeminente na luta armada contra a ditadura. Autor do "Manual do Guerrilheiro Urbano", defendeu táticas de guerrilha urbana e resistência armada contra o regime militar que assombrou o Brasil, entre 1964 e 1985.

Caetano durante show em período da ditadura
Caetano durante show em período da ditadura | Foto: J.C.Brasil/CPDoc JB

Diversos artistas também surgiram durante o período, em vários movimentos. O mais famoso entre eles foi a tropicália, que trouxe nomes como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Chico Buarque, Gilberto Gil e Geraldo Vandré, este último compôs uma das músicas mais emblemáticas da história da Ditadura. A canção "Pra não dizer que não falei das flores" traz uma forte reflexão sobre o período de tensão e perigo que todos viviam durante a ditadura.

Imagem de manifestante durante o lançamento do A.I 5
Imagem de manifestante durante o lançamento do A.I 5 | Foto: Reprodução/Instituto Moreira Salles

Fatores como o desrespeito de certos grupos e apoiadores de políticos com as instituições democráticas e o autoritarismo em discursos políticos. Principalmente no governo Bolsonaro, pontos como a violência política e repressão de políticos e eleitores de oposição se fez muito presente.

Ataque dos bolsonaristas no 8 de janeiro em ato anti-democrático
Ataque dos bolsonaristas no 8 de janeiro em ato anti-democrático | Foto: Agência Brasil / Marcelo Camargo

Embora essas semelhanças sejam consideradas preocupantes, é importante ressaltar que o Brasil é hoje uma democracia consolidada, com instituições mais robustas e uma sociedade civil mais engajada.

Ainda hoje, a democracia brasileira enfrenta grandes desafios. Embora tenha sofrido o atentado do dia 8 de janeiro de 2023, a maior parte da população está ciente dos erros cometidos durante a ditadura e está disposta a não repetir estes erros.

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