Para homenagear as vítimas do Massacre de Eldorado dos Carajás, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) da Bahia organizou uma cerimônia política, nesta segunda-feira (17), no auditório Jorge Calmon da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA).
A deputada estadual Fátima Nunes (PT) presidiu a sessão juntamente com autoridades como o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) e a Secretária de Assistência e Desenvolvimento Social da Bahia (Seades), Fabya Reis.
“Neste ano, o abril vermelho combate a fome e a escravidão e denuncia os conflitos que acontecem pela violência do latifúndio. Trazemos para o debate público a importância da democratização da terra para a produção de alimentos saudáveis. Provamos isso a cada ocupação que se transforma em assentamento produtivo. É da nossa produção que trouxemos sete toneladas de alimentos para doar ao Programa Bahia Sem Fome, do governo estadual”, anunciou Eliane Oliveira, dirigente nacional do MST.
Em torno de 700 ativistas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) acamparam na Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e, durante a manhã, se deslocaram a pé até a Assembleia Legislativa (ALBA) para protestar contra a violência no campo e a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) registrada no legislativo estadual. Os Sem Terra também ofereceram um café da manhã na entrada da ALBA.
Valmir Assunção, deputado federal, considera de extrema importância que a reforma agrária seja uma prioridade entre as políticas públicas.
“Hoje, o governador Jerônimo Rodrigues anunciou o compromisso da elaboração de um Plano Estadual de Reforma Agrária. Em nível federal, também temos a expectativa de que o Governo Lula avance em políticas que subsidiem a produção de alimentos. É a agricultura familiar a responsável pela produção de 70% do que chega a nossas mesas”, disse o parlamentar.
O Massacre de Eldorado dos Carajás representa um momento histórico que ficou marcado na história do MST. Em 17 de abril de 1996, durante uma marcha em Eldorado dos Carajás, no Pará, a polícia do estado assassinou e executou cerca de 21 trabalhadores Sem Terras, resultando ainda em dezenas de mutilações.
“Transformamos o mês de abril em um mês de lutas, no Dia Nacional de Luta por Reforma Agrária, a principal reivindicação do Movimento Sem Terra. Nós queremos que a Constituição Federal se cumpra; que as terras que não cumprem sua função social sejam destinadas à reforma agrária. Se querem tanto uma CPI, que se investigue o trabalho escravo que ainda vitimiza tantos baianos. O MST não irá parar sua luta!”, afirmou Evanildo Costa, também dirigente nacional do MST.
Também estavam presentes no evento os deputados estaduais Marcelino Galo e Hilton Coelho, a deputada estadual Neusa Cadore, os vereadores de Salvador Marta Rodrigues e Suíca, os secretários estaduais da SDR, Osni Cardoso, e da SJDH, Felipe Freitas, e o superintendente do INCRA da Bahia, Carlos Borges. Além dos representantes da executiva do Partido dos Trabalhadores em nível nacional, Lucinha Barbosa, e em nível estadual, Tassio Brito, e os líderes do MST da Bahia, Eliane Oliveira e Evanildo Costa.