Por Wiliam Falcão*
Diferentemente dos tumultos protagonizados nas seções eleitorais na votação do primeiro turno, na manhã de ontem (30), os moradores da região de Cajazeiras, bairro com o maior número de eleitores em Salvador, não encontraram dificuldades para exercerem o seu direito de voto nos Colégios Estaduais Edvaldo Brandão e Batista Neves. Os eleitores que preferiram votar logo pela manhã deram de cara com as seções vazias e sem filas. Um clima tranquilo que surpreendeu.
O músico Marcelo Daltro, que reside no próprio bairro, foi um dos primeiros a chegar no Colégio Edvaldo Brandão, em Cajazeiras IV, quando os portões ainda estavam fechados. “A questão de chegar mais cedo é porque a gente achou que ia ter tumulto, mas foi tudo tranquilo até o presente momento”, relatou ao MASSA!.
“Independentemente dos dois lados que for assumir, acho que tem que ter a competência e a dignidade de trabalhar com o povo, porque o nosso povo precisa de trabalho, de tá arrumando as comunidades, de tá fazendo integração, a segurança também é uma grande pauta”, completou.
No meio de tanta polarização política, a população se divide entre os que vão votar caracterizados com cores e adesivos do seu partido e aqueles que preferem ser mais discretos por medo de sofrerem algum tipo de “aperto”. O estudante Lucas Carvalho faz parte do grupo que opta por sair de casa sem demonstrar em quem será o voto.
“Tenho essa insegurança, a gente vê o que acontece diariamente, estão tendo vários casos de pessoas que se expõem em relação ao seu voto e são prejudicados em relação a isso. Isso ocasiona de não me caracterizar a ponto de demonstrar em quem eu voto”, explicou à reportagem.
Por outro lado, alguns eleitores fizeram questão de expor a sua opção nas urnas. No Colégio Estadual Batista Neves, localizado em Cajazeiras V, a calmaria tomou conta do local, mas a galera estava disposta a explanar seu candidato sem medo.
O votante Jeferson Silva vestiu vermelho da cabeça aos pés e se dirigiu até a sua zona eleitoral, para segundo ele, mudar o rumo o país. “Não tenho receio de estar com a camisa padronizada. Vim pra dar apoio ao meu presidente e ao meu governador”, afirmou o auxiliar de logística.
Também identificado com as cores do partido que iria votar, o pedreiro Eduardo Ferreira assegurou que não tem problema em sair com as cores do político preferido. “Me sinto seguro em votar em Neto, estou com ele desde o PFL. Não tenho cisma”, relatou.
*Sob a supervisão do editor Léo Santana