
Após três meses do novo governo, a Presidência da República ainda procura móveis que sumiram do Palácio da Alvorada durante a passagem da família Bolsonaro por lá. Das 261 peças dadas como desaparecidas no início do ano, 83 ainda não foram localizadas. Na primeira semana do mandato, a primeira-dama Janja mostrou infiltrações, janelas quebradas e casos de má-conservação do patrimônio presidencial. Entre os problemas, estava também o desaparecimento de parte do mobiliário.
Os danos identificados no palácio atrasou a mudança do presidente para a residência oficial que só pode ser feita em fevereiro. O estado do Palácio foi a justificativa dada pela Secretária de Comunicação para as compras feitas pelo novo governo para o local.
"A ausência de móveis e o péssimo estado de manutenção encontrado na mobília do Alvorada exigiram a aquisição de alguns itens. Os móveis adquiridos agora integram o patrimônio da União e serão utilizados pelos futuros chefes de Estado que lá residirem", afirmou a Secom em nota.
"Se o Palácio não tivesse sido encontrado nas condições em que foi, não teria sido necessário efetuar a compra de móveis", concluiu.
O gasto com seis peças de móveis para decoração da suíte presidencial foi de R$ 196.770. Parte das compras — uma cama, dois sofás e duas poltronas — foram feitas em uma loja de decoração em Brasília, com um colchão “king size” sendo adquirido em outra loja.
Os móveis mais caros foram o sofá, que tem a opção de reclinar cabeça e pés, por R$ 65.140, e a cama, por R$ 42.230. As duas peças são revestidas em couro italiano 100% natural com tratamento exclusivo para evitar ressecamento, segundo dados obtidos pela Folha de S. Paulo via Lei de Acesso à Informação.