Após a aprovação de Flávio Dino para entrar no Supremo Tribunal Federal (STF), Sérgio Moro (União-PR) recebeu uma mensagem do "Mestrão" pedindo para ele "ficar frio" em relação a uma foto que o ex-juiz e senador aparece abraçando o agora ex-Ministro da Justiça.
O autor da mensagem ainda alerta Moro que "só não pode ter vídeo de você falando que votou a favor". O senador é oposição ao governo, mas não declarou seu voto contra Dino, o que gerou polêmica.
"Sergio, o coro está comendo aqui nas redes, mas fica frio que jaja (sic) passa, só não pode ter vídeo de você falando que votou a favor, se não isso vai ficar a vida inteira rodando. Estou de plantão aqui, qualquer coisa só acionar", diz o contato identificado no celular de Moro como "Mestrão". Em seguida, o senador responde: "Blz. Vou manter meu voto secreto".
A troca de mensagens foi flagrada pelo jornal O Globo, que procurou Sérgio Moro para se pronunciar. A resposta, por meio da assessoria dele, foi que "distorceram o posicionamento do parlamentar".
"A pessoa em questão, sem ter informação do voto do senador Sérgio Moro, fez a sugestão somente porque distorceram o posicionamento do parlamentar nas redes após cumprimento ao ministro Dino. Em resposta, o senador disse que iria manter o sigilo do voto, que é um instrumento de proteção contra retaliação", explicou.
Ainda de acordo com a reportagem, o placar de 17 a 10 surpreendeu governistas, que não esperavam a aprovação de Flávio Dino ter tantos votos favoráveis. Moro garante que ter abraçado o Ministro de Lula não quer dizer que seu voto foi favorável a ele.
"Fui até aí cumprimentá-lo. É um gesto de cordialidade. Vossa excelência me perguntou algo e eu achei graça, dei uma risada. Tiraram várias fotos e já está viralizando, como se isso representasse a minha posição. Sempre deixei muito claro que eu tenho diferenças com o atual governo e vossa excelência faz parte do atual governo. Tenho diferenças profundas e tenho sido crítico, mas não perderei a civilidade. E não vou abrir mão disso para que possamos reduzir a polarização. Um gesto simples de ir ao cumprimentá-lo, como fiz com o procurador, já vira uma celeuma nas redes sociais como se isso fosse determinante do meu voto", cravou o senador.