Em 2022, 517 parlamentares que se declararam negros foram eleitos no Brasil. O número representa 32,3% dos deputados federais, estaduais e senadores que assumirão os mandatos em 2023, segundo o site UOL. Entretanto, nem todos esses políticos podem ser considerados negros aos olhos da sociedade brasileira.
A pedido do UOL, uma banca de heteroidentificação racial — método usado para evitar fraudes nas cotas raciais —, indica que só 263 destes eleitos são realmente negros, o que representa 16,4% dos novos ingressantes no Senado, na Câmara e nas assembleias legislativas estaduais.
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Está foi a primeira eleição em que os partidos foram obrigados, após uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a destinar de forma proporcional às campanhas de candidatos negros o dinheiro dos fundos partidário e eleitoral. Um cenário em que possíveis fraudes na autodeclaração podem camuflar a falta de avanço da representatividade na política, assim como impedir a análise da efetividade da ação afirmativa.
Na Bahia houve polêmica com o candidato ao governo, ACM Neto (União Brasil). Ele se declarou negro nessas eleições, o que acabou gerando revolta entre entidades do movimento.