O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem indicado a aliados que não tem intenção de manter Augusto Aras no cargo da Procuradoria-Geral da República (PGR). Em conversas com auxiliares com quem trata sobre o assunto, Lula não demonstra disposição em deixá-lo como procurador-geral por mais dois anos.
Contudo, a permanência de Aras conta com apoio de aliados como o líder do governo Jaques Wagner (PT-BA) e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
A falta de um virtual favorito para o cargo entre os nomes que estão postos é o que mantém Aras na lista de cotados, na avaliação auxiliares palacianos. Pesa contra sua recondução a ligação direta com o ex-presidente Jair Bolsonaro e avaliação, de outra ala do governo, de que falhou na contenção ao ex-presidente durante a pandemia da Covid-19.
Segundo o jornal O GLOBO, por não haver um candidato que apareça como favorito até então, ministros envolvidos na discussão não descartam que Lula opte por um mandato tampão até tomar a decisão final.
O mandato de Aras se encerra no dia 26 de setembro e, caso Lula não tenha definido seu substituto até lá, assume o cargo o vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF), que será eleito em votação no próximo dia 5 de setembro. A subprocuradora-geral da República Elizeta Maria de Paiva Ramos é apontada como nome forte para o cargo.
A disputa pelo cargo se afunila cada vez mais em três nomes: o vice-procurador-geral Eleitoral Paulo Gonet e os subprocuradores-gerais Antônio Carlos Bigonha e Mario Bonsaglia. O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, já esteve em encontros separados com os três, e nas conversas, todos se mostram como contrários à operação Lava-Jato.