No cenário de votos válidos, a liderança isolada de Bruno Reis, com 41,4 pontos de frente sobre o concorrente mais próximo, o vice-governador Geraldo Jr. (MDB), chama a atenção não apenas pela distância, mas pela homogeneidade. O atual prefeito está à frente em todos os segmentos pesquisados: sexo, renda, instrução, religião e faixa etária.
Dentre os recortes apresentados na pesquisa AtlasIntel/A TARDE alguns, no entanto, se destacam. Além das já citadas intenções de voto por gênero e por religião, Bruno também domina entre os eleitores com ensino fundamental (56,2%) e médio (54,9%).
Entre os mais jovens, de 16 a 24 anos, praticamente 6 de cada 10 eleitores (59,1%) declaram voto em Bruno Reis, seu maior apoio por faixa etária. O político do União Brasil também domina nas faixas restantes, com 47,6% entre os votantes de 25 a 34 anos, 42,4% entre os de 35 a 44 anos, 54,5% entre os de 45 a 59 anos e 55,6% da preferência entre os maiores de 60.
O prefeito de Salvador também lidera com folga entre as classes de menor renda, de 0 a 2 salários mínimos (55,4%) e de 2 a 3 mínimos (56,6%), e nas restantes, com 50% entre os que ganham entre R$ 5 mil e R$10 mil e 43,9% da preferência dos que renda superior a 10 mil reais.
Para o cientista político Andrei Roman, executivo-chefe da AtlasIntel, essa liderança consolidada deixa pouco espaço para reviravoltas, uma vez que não é possível identificar um recorte onde o atual prefeito tenha alguma vulnerabilidade.
“Isso denota quase uma hegemonia política. Uma hegemonia construída de duas formas. Uma máquina política muito forte mas, ao mesmo tempo, gestões seguidas, assim como o PT no Governo do Estado, com altos níveis de aprovação”, analisa Roman. Para ele, “quando tudo é tão brutalmente uniforme em termos de avaliação, é muito difícil achar nuances, saídas retóricas, pontos de ataque, isso reduz, sim, a chance de reviravolta”.
Nem mesmo o crescimento de seis pontos percentuais de Geraldo Jr. em relação à última pesquisa realizada pela Atlas indica que Bruno Reis possa ter sua reeleição ameaçada. Segundo Andrei, esse avanço é reflexo natural da identificação do candidato.
“A minha impressão é que nesse momento da eleição, o simples fato de Geraldo Jr. ser conhecido como nome de oposição é o que explica o aumento na votação dele”, conclui.