Investigador da Polícia Civil e candidato ao Palácio de Ondina na eleição de 2022, o cientista social Kleber Rosa (Psol) criticou o posicionamento do deputado estadual Diego Castro (PL) em relação a instalação das câmeras de monitoramento na farda dos policiais militares da Bahia, ideia que vai continuar nos planos do governador Jerônimo Rodrigues (PT).
Em entrevista exclusiva ao Portal MASSA!, na última quarta-feira (8), o parlamentar bolsonarista afirmou considerar o projeto como uma humilhação para a corporação. "O estado está tomando a postura de humilhação à sua própria força armada. Censura ao trabalho policial, é humilhante. Eu vejo também como uma humilhação, a palavra seria essa", afirmou Diego.
De acordo com Kleber, a fala do deputado estadual representa a posição do bolsonarismo, que é baseada no ódio pelas minorias, e as concepções fascistas que foram instaladas no país. Na declaração, o investigador cita o caso dos Yanomami, que sofreram diretamente com atividades de garimpo ilegal no governo Bolsonaro.
"Visto o que está acontecendo aí com os Yanomami, aliás, o que o que aconteceu ao longo dos quatro anos de mandato do Bolsonaro, e reflete a posição do bolsonarismo, que reforça a ideia de que 'bandido bom é bandido morto', que vê a ação violenta do estado provocando esse número gritante de mortes como algo que deve acontecer e respaldado por essas figuras", iniciou o investigador.
"A fala desse deputado reforça aquilo que a gente viu ao longo dos quatro anos do governo Bolsonaro, que via antes também, representado aí por setores conservadores da sociedade. Então, não é uma fala técnica, não é uma fala honesta que discute o problema da segurança pública, mas é uma fala que visa flertar com esses setores conservadores sobretudo com o corporativismo dentro das instituições policiais, que não à toa responderam ao bolsonarismo com o apoio e a tentativa de golpe, como a gente viu em Brasília no dia oito."
O psolista afirmou que a declaração do parlamentar não enxerga o número de mortes provocadas por ações policiais na Bahia e, especificamente, não compreende a realidade das populações mais vulneráveis.
"Essa afirmação dele ignora e desdenha o número de mortes provocadas por ações do estado, da força armada do estado, ignora o clamor das pessoas e das populações vulneráveis sobretudo a população negra, pelo direito à vida, contra a violência nas comunidades, nos seus locais de vida e de moradia. Então, não é sério um um depoimento desse, eu não consigo ver como um depoimento sério", finalizou Kleber Rosa.
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