O novo ministro Cristiano Zanin está com todos os holofotes voltados para ele nesta quarta-feira (30), quando será retomado o julgamento do Marco Temporal no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). Isso tudo porque finalmente será revelado o voto dele em relação ao Marco Temporal, um dos temas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sensíveis à ala mais dura do PT.
Em tese, se Zanin continuar com a postura conservador que vem adotando, para desagrado de apoiadores de Lula, é possível que vote contra a tese do marco temporal, ou seja, contra a utilização da data de promulgação da Constituição – 5 de outubro de 1988 – para a definição da ocupação da terra por comunidades indígenas.
Apesar de ter sido advogado pessoal e indicado pelo presidente, as decisões de Zanin têm deixado os aliados de Lula apreensivos. Na última semana ele votou contra uma ação que trata de excessos cometidos pela Polícia Militar do Mato Grosso do Sul contra os povos guarani e kaiowá.
Pouco antes, o ministro se manifestou contra a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal. O julgamento dessa questão está em 5 votos favoráveis e um contrário. O último voto a favor foi da ministra Rosa Weber, que está com os dias contados no Supremo por causa de uma aposentadoria compulsória.
E graças à postura de Zanin, Lula sofre pressão dos apoiadores para indicação de uma mulher e, de preferência, com alinhamento progressista para substituição de Weber.
De volta ao Marco Temporal, o placar até o momento está em 2 a 1 a favor dos ruralistas.
leia também