Quando você pensa que já viu de tudo, a política brasileira lhe surpreende. O senador Eduardo Gomes (PL-TO), da base governista do ainda presidente Jair Bolsonaro (PL), tenta convencer os colegas de Casa com uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que criaria o cargo de senador vitalício para ex-presidentes da República. A informação foi confirmada pelo parlamentar à Veja e já pode ser apresentada já em dezembro.
Caso a ideia vingue e seja aprovada, José Sarney (MDB), Fernando Collor (PTB), Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e Bolsonaro, que deixa o Planalto no dia 31 de dezembro, assumirão os mandatos na próxima legislatura, com atribuições diferentes dos demais senadores. No início, eles participariam das discussões dos Projetos de Lei e das comissões temáticas, mas não poderiam votar nas emendas e nem eleição para presidente da Casa. Eles atuariam como 'conselheiros'.
Imagina como o debate seria enriquecido se a gente tivesse o ex-presidente Sarney duas vezes por semana aqui no Senado”, afirma o senador. O único ex-presidente vivo que não assumiria o cargo em um primeiro mandato é Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ocupará outra vez o Planalto.
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) criticou a proposta. “Não há a menor possibilidade de apoiar isso”, disparou o tucano. Quem tem a mesma posição é Oriovisto Guimarães (Podemos-PR). “É absurdo, uma coisa sem pé nem cabeça. Estão com medo de que Bolsonaro vá preso?”, questionou em tom de revolta à Veja.