O governo da Bahia superou a concorrência de Minas Gerais e fechou acordo para a instalação de uma indústria de baterias de lítio nas proximidades da BR-324, em São Sebastião do Passé, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). A fábrica, da multinacional Bravo Motor Company, será a primeira do tipo na América Latina e ficará instalada em um terreno de 400 mil m², cedido pela prefeitura local.
A empresa, de origem argentina e com sede na Califórnia, nos Estados Unidos, prevê um investimento de R$ 1,27 bilhão na construção da fábrica na Bahia, gerando aproximadamente 450 empregos diretos já na primeira fase de implantação da indústria.
Depois de concluída a implantação da fábrica, a Bravo aposta na geração de 3.500 empregos diretos e outros 10 mil indiretos. No total, o investimento da multinacional na Bahia deve chegar a R$ 25 bilhões em 9 anos, conforme apurou o Grupo A TARDE.
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A ideia é produzir, na nova planta industrial, baterias e células de íon de lítio, acumuladores elétricos e cabinets, que fazem conversão de corrente contínua. A fábrica teria capacidade de produção instalada de 1 gigawatt por hora (GWh) no primeiro ano, 2 GWh no segundo, podendo chegar a até 5 GWh a partir do quarto ano de operação.
De acordo com apuração do Grupo A TARDE, a vinda da BYD para a Bahia, no Polo Industrial de Camaçari — também na RMS — teria sido fundamental para a escolha da Bravo Motor Company pelo estado baiano. Os carros elétricos fabricados pela montadora chinesa usam baterias de lítio, no modelo das produzidas pela multinacional que chegará a São Sebastião do Passé.
O local escolhido também é considerado estratégico para a Bravo, devido à proximidade de portos, que servirão de ponto de escoamento da produção industrial na Região Metropolitana.
Antes de assinar com o governo baiano, a Bravo chegou a estar próxima de um acerto com Minas Gerais, para instalação da fábrica no município de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Entretanto, críticas feitas pelo governador Romeu Zema (Novo) à produção de carros elétricos acabaram afastando a multinacional do território mineiro.
Por outro lado, na Bahia, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) tem orientado sua gestão no sentido de investir na chamada “economia verde”, o que também atraiu a Bravo para o acordo com o governo baiano.
As negociações com a Bravo foram conduzidas pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia (SDE), liderada pelo secretário Angelo Almeida (PSB). Ele foi procurado pelo Grupo A TARDE, mas não atendeu aos telefonemas nem respondeu às mensagens até a publicação desta matéria.