O terceiro painel de discussões do II Fórum De Mineração e Sustentabilidade, realizado pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) em parceria com o Grupo A TARDE, reuniu empresários e gestores do setor para tratar de iniciativas do setor privado para a sustentabilidade.
A mesa foi composta pela vice-presidente de Sustentabilidade da ACB, Isabela Suarez, pelo mediador de Conflitos do Governo da Bahia, Paulo César Cabral, pelo Presidente do Sindimiba, Sandro Magalhães e o diretor do WWI, Eduardo Athayde.
Pulo César Cabral, mediador de Conflitos do Governo da Bahia, destacou a atuação do governo do Estado na intermediação entre o setor mineral e as comunidades localizadas próximas às áreas de exploração para que exista um convívio harmonioso.
“Essa é uma atividade que o governo do estado vem desenvolvendo desde 2007, para falar de gente, de comunidades, de pessoas e legislações específicas. A atividade de mineração hoje, sem sombra de dúvidas, tem um desafio grande. Precisamos construir laços de harmonia com a população. A gente só precisa ser gentil ao chegar e avançar com a ideia de que a licença ambiental é social e necessária e podemos avançar com tranquilidade pelo desenvolvimento. A sustentabilidade tem uma série de demandas específicas e a CBPM tem realizado esse entendimento com as comunidades e isso que vai construir essas relações com as entidades, traz segurança e diminuição dos conflitos”, disse.
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Em sua fala, Isabela Suarez defendeu que não se deve ignorar a legalização da atividade mineral na Bahia e chamou a atenção para as ações do setor privado através de associações sem fins lucrativos e entidades privadas.
“Para mim, é um prazer estar aqui hoje representando a Fundação Bahia viva. O que todos nós devemos fazer é que, hoje, a pauta do turismo se conecta com a pauta mineral, onde são vocações naturais do Brasil. O Brasil é um país que oferece uma série de oportunidades em relação às suas vocações naturais. E eu acho que é muito importante, sempre tendo oportunidade em fóruns como esse, como vice-presidente de uma representação empresarial, como presidente de uma organização social e sem fins lucrativos, instituída por empresários, que a gente reflita um pouco sobre mitos e fakes que se constituíram em relação, principalmente, em torno da pauta ambiental. O que é que isso significa? Em relação às vocações naturais, é preciso que a gente compreenda que quanto mais, com maior organizada, regularizada e legalizada, ela será infinitamente mais sustentada. O Brasil tem uma vocação natural e econômica para o turismo, assim como tem uma vocação econômica natural”, pontuou Isabela, destacando a atuação ambiental, de revitalização e valorização da Fundação Bahia Viva nas Ilhas dos Frades e de Bom Jesus dos Passos.
“Lugares com potencial enorme para o setor de serviços que com tempo e decadência passaram a ficar em desuso. Hoje as ilhas estão em seus melhores momentos. Um lugar que antes estava abandonado hoje passa a ser um dos maiores destinos da Baía de Todos os Santos. A proposta é revitalizar e propor um novo modelo de negócio com as mesmas atividades que as pessoas já realizavam”, explicou.
Diretor do WWI, Eduardo Athayde citou o potencial econômico da puta sustentável e a presença dos recursos minerais em toda e qualquer estrutura global. O gestor também explanou o crescente investimento privado no setor mineral, inclusive internacional.
“Eu fico imaginando que se momentos fomos esses não poderiam estar sendo apresentados na sede da União Europeia em Bruxelas. A gente está aqui vendendo uma realidade, mas não estamos fazendo isso lá fora, mostrando o potencial da Amazônia Azul. A COP não é somente em Belém 2025, a nossa COP começa aqui, com toda essa discussão. Temos de lembrar que somos o PIB DE R$ 2.3 trilhões e a gente precisa nesse momento mostrar esse cenário. Estamos sendo prospectados nas bolsas de valores. O investidor internacional não pensa se é interior ou capital, ele pense em ponto de investimento, assim é o sistema Internacional de mineração e ele está presente em tudo. Nós fazemos parte desse circuito de empresas que produzem de tudo”, afirmou Athayde.
Presidente do Sindimiba, Sandro Magalhães destacou em sua apresentação a pauta do associativismo e ações estratégicas com visão pra o futuro focados na sustentabilidade.
“Fico muito feliz a frente a frente do Sindimiba. Hoje a gente teve a oportunidade de entender esse link da importância do negócio sustentável com aquilo que o investidor vê, com o turismo. A gente sempre se faz essa pergunta: qual o objetivo do seu negócio? É só ganhar dinheiro? Não. Só com dinheiro não se faz sustentabilidade. Há algo diferencial que é o saber fazer, ter programas sérios de desenvolvimento de capital humano, mas também ter orçamento e planejamento estratégico para isso. Um modelo de negócio é espaço reservado para o tema ambiental. O objetivo é um só: a definição da sustentabilidade pra garantir o que a sociedade precisa hoje, mas manter a puta ambiental no centro das discussões”, pontuou.