O general Freire Gomes, último comandante das Forças Armadas no governo Bolsonaro, depôs à Polícia Federal na última sexta-feira (1º) e deixou um aliado da época 'na pior'. Ele entregou informações sobre o general Paulo Sérgio Nogueira, que foi ministro da Defesa, e como ele estaria envolvido em reuniões e articulações golpistas.
O depoimento de Freire Gomes durou mais de sete horas e foi relacionado ao inquérito que investiga a tentativa do ex-presidente dar um golpe de estado depois de ser derrotado nas eleições de 2022.
Outras informações reveladas no depoimento era sobre uma suposta cadeia de comando entre Freire Gomes e Paulo Sérgio Nogueira, a quem os três comandantes do Exército eram subordinados por questões de hierarquia.
Vale lembrar que o nome de Paulo Sérgio apareceu em relatórios da Polícia Federal (PF). Ele já havia sido alvo de mandado de busca e apreensão no dia 8 de fevereiro e foi convocado para depor no dia 22, mas permaneceu em silêncio durante a oitiva
Um dos relatórios que o general foi citado aponta manipulação do relatório técnico das Forças Armadas sobre as urnas eletrônicas, este coordenado por ele na Comissão de Transparência das Eleições, criado em 2021 pelo ministro e então presidente do STF, Luís Roberto Barroso. Como era ministro da Defesa na ocasião, Nogueira chefiou a participação dos militares no colegiado.