Que o PL Bahia está rachado não é surpresa para ninguém, mas a novela promete novos capítulos. A candidata ao Senado em 2022, Dra. Raissa (PL), comentou, em entrevista ao Portal Massa!, sobre a situação atual do partido e não poupou críticas ao presidente da legenda, João Roma.
Segundo Dra. Raissa, o desempenho do partido nas eleições municipais de 2024 ficou muito aquém do esperado. Para ela, isso se deve, em grande parte, à condução de Roma, que teria ignorado os verdadeiros representantes da direita e falhado na comunicação, prejudicando aqueles que se dedicaram ao projeto político da legenda.
“Se a gente for comparar o PL de 2020, que tinha toda a pujança da gestão que esperávamos que Roma liderasse, com o desempenho atual de 2024, foi uma lástima, né? Durante a pré-campanha e o período de campanha, quando as pessoas buscavam líderes verdadeiramente de direita, muitos que já tinham planos políticos definidos para 2024 foram deixados para trás. Não houve articulação entre as pessoas”, disparou Raissa.
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“A informação sobre quem eram esses representantes que trariam orgulho para a direita baiana através do PL não chegou à legenda. Foi uma gestão que Roma fez com o grupo dele, que é elitista. Ele não é um líder que abraça todas as pessoas do partido”, complementou.
Dra. Raissa afirmou ainda que João Roma a distanciou do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ela, a interlocução entre ela e Bolsonaro só acontece por intermédio de terceiros, como o deputado federal Capitão Alden (PL-BA).
“Desde que João Roma entrou no circuito do PL, ele, de alguma forma, me afastou de Bolsonaro. Não consigo chegar perto dele. Todas as vezes que tentei, alguém de João Roma interpelou e não me deixou chegar. Tanto que dei uma entrevista para a Rádio Brado dizendo: ‘Presidente, eu não consigo chegar até você, mas o PL está se tornando de esquerda’. Isso chamou a atenção de Bolsonaro, mas ele não falou comigo diretamente. Ele falou com o Capitão Alden, que me contou: ‘Que história é essa que Dra. Raissa está dizendo?’. E, na verdade, não é o PL como um todo que é de esquerda, mas há integrantes dentro da legenda que não têm nenhum pudor em declarar apoio à esquerda”, revelou.
A bolsonarista também mencionou conversas com outros partidos para uma possível candidatura em 2026, embora continue filiada ao PL.
“Tenho sido abordada por vários partidos, sempre com respeito. Minha luta política e minha indignação com a política brasileira e baiana continuam. Quero ajudar a Bahia em projetos que a façam avançar. Para isso, precisarei de uma legenda. Comecei no PL pelo presidente Bolsonaro, que me convidou para o pleito, e sigo no partido”, disse.
Pretensão política
Em 2022, Dra. Raissa teve mais de 1 milhão de votos ao Senado, tornando-se a mulher mais votada da história da política baiana, superando, inclusive, João Roma, que foi candidato ao governo. Para 2026, ela espera manter os bons resultados e já sinalizou a possibilidade de se candidatar ao governo, dependendo de sua posição nas pesquisas. Para a reportagem, Raissa sinalizou que, caso apareça em terceiro lugar nas intenções de voto, irá se candidatar ao governo.
“Minha intenção é ajudar a Bahia, fazê-la brilhar e alcançar todo o seu potencial. O cargo eletivo que ocuparei dependerá das pesquisas e de como o povo baiano me enxerga. Já há levantamentos em várias cidades, e eles nos direcionam para entender as necessidades do povo. Dependendo desses resultados, estarei novamente no pleito para lutar pelo estado baiano”, afirmou.
Raissa também destacou a importância da união da direita para impedir que o PT continue governando a Bahia. Ela acredita que o estado tem capacidade de se tornar um dos maiores polos econômicos do Brasil, mas atualmente está defasado devido à gestão petista, que domina a Bahia desde 2006.
“A Bahia tem tudo para se tornar um estado próspero e atrativo, utilizando as potencialidades de cada região. No entanto, empresas estão deixando o estado, não há investimentos de capital estrangeiro, e somente a China tem ocupado espaço. Precisamos tornar a Bahia um estado atrativo para alta tecnologia e empresas que gerem emprego e renda. O povo baiano sofre há décadas nas mãos da esquerda e vive de migalhas”, criticou.
Ela concluiu reforçando a necessidade de um governo forte: “Precisamos facilitar a vida de quem mora na Bahia. Isso trará prosperidade e reduzirá a evasão populacional. Hoje, temos os piores índices de saúde, educação e segurança, além de altas taxas de tributação. A Bahia precisa de um governo forte, capaz de dar uma perspectiva de futuro ao cidadão baiano.”