A criatividade da Polícia Federal (PF) para batizar as operações já é algo presente no cotidiano do brasileiro. A mais nova, deflagrada na sexta-feira (11) tem uma pegada bíblica raramente vista nas nomenclaturas. Parece escolhida à dedo para homenagear o investigado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A Operação Lucas 12:2 tem como objetivo de investigar um grupo, composto por aliados de Bolsonaro, que teria vendido joias e outros objetos de valor, como esculturas, entregues a autoridades brasileiras em missões oficiais. O nome da ação faz alusão a um versículo bíblico que afirma que nada permanece escondido para sempre.
Diz o trecho das escrituras sagradas: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto ou oculto que não venha a ser conhecido. O que vocês disseram nas trevas será ouvido à luz do dia e o que vocês sussurraram aos ouvidos dentro de casa será proclamado dos telhados."
A escolha do nome da operação pela PF remete a outro versículo muito utilizado por Bolsonaro, desde a primeira campanha eleitoral, em 2018. O ex-presidente costumada citar João 8:32, que diz “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.
De acordo com a polícia, os montantes “obtidos das vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de laranjas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores”.