O prefeito Bruno Reis (União Brasil) minimizou, na manhã desta terça-feira (30), a influência do contexto político nacional na disputa eleitoral de Salvador em 2024. Perguntado acerca da proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), já que fechou uma aliança com o PL, o gestor municipal afirmou que as eleições deste ano devem ser pautadas pelas questões locais.
“Nós vamos ter em 2024 eleições municipais, eleição em Salvador. Vamos discutir o dia-a-dia, os problemas das pessoas. As pessoas estão preocupadas na garantia do transporte público; no bom funcionamento e escolas de qualidade, onde seus filhos tenham uma merenda que garanta, muitas vezes, a única refeição que eles têm no dia; dos postos de saúde, das unidades de saúde, as UPAs, dos hospitais funcionando bem”, afirmou Bruno Reis.
De acordo com o prefeito, seu diálogo com o PL para a construção da aliança sempre passou por questões práticas da gestão municipal e não por um envolvimento com Bolsonaro a nível nacional.
“Sempre, as minhas conversas com o PL daqui da Bahia foram no sentido de garantir conquistas que a cidade alcançou nos últimos anos e que nós pudéssemos avançar ainda mais, ter uma cidade cada vez melhor, uma cidade em que todos nós tivéssemos muito orgulho de aqui morar, de aqui viver, de aqui criar os nossos filhos”, declarou Bruno Reis.
“O que nos une aqui é o desejo de construir uma Salvador onde cada um tenha, no seu coração, sempre a felicidade que aqui recebeu um parente, um amigo do interior, do Brasil ou de qualquer lugar do mundo. Quem vem a essa cidade, hoje sai falando bem. Que, ao chegar, vê o quanto ela se transformou. Foi com base nesses princípios. E é isso que a gente vai discutir nas próximas eleições”, acrescentou o prefeito.
Bruno Reis ainda disse que as eleições dos próximos anos não foram tema da mesa de discussões entre o União Brasil e o PL em Salvador. Para ele, o eleitor está preocupado em comparar os currículos de cada um dos candidatos, para definir quem será o melhor nome para governar a cidade.
“A gente não está falando aqui de 2026, de 2028 ou de 2030. A gente está falando aqui das eleições municipais, onde o cidadão vai escolher aquele que é o melhor lugar para governar a sua cidade, vai ter a oportunidade de confrontar a história de vida, o currículo dos candidatos, vai ter oportunidade de conhecer ainda mais profundamente e ver qual aquele nome é capaz de efetivamente honrar com os compromissos que vai assumir durante a campanha”, avaliou.
Para Bruno Reis, a oposição deve tentar nacionalizar as eleições municipais, se ligando ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e apontando a aliança entre a prefeitura e o PL de Bolsonaro. Essa estratégia, porém, na avaliação dele, seria equivocada, porque a população gosta de ter partidos diferentes à frente das gestões do município, do estado e do país.
“Gente, vão tentar nacionalizar a eleição, estadualizar a eleição, [mas] a eleição municipal é a eleição do povo, é a escolha do cidadão livre, que vai fazer a melhor escolha para a sua cidade. Então, isso está claro, e já ficou claro em outras eleições, que essa estratégia é uma estratégia falida, fracassada”, disse Bruno Reis.
“Aliás, aqui em Salvador ainda tem um componente a mais, e isso não sou eu que falo, são as pessoas que falam na rua, todo mundo que a gente conversa: que o fato de você ter prefeito de um partido, e governador e presidente do outro, quem ganha com isso é o povo. Porque o prefeito trabalha e obriga os outros a trabalharem também, porque tem a natural comparação. A cidade se acostumou nos últimos anos com isso e eu acho que essa que vai ser, sem sombra de dúvidas, a pauta, a discussão da eleição municipal: debater os problemas da cidade, quais são ainda os gargalos, os problemas que a cidade tem”, concluiu o prefeito.