
A delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do governo Jair Bolsonaro (PL), esteve sob risco de ser anulada em novembro de 2024. Esse foi um dos momentos mais críticos para sua defesa, pois a Polícia Federal (PF) suspeitava que ele estava omitindo informações importantes.
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Diante da desconfiança, Cid foi chamado para prestar depoimento diretamente ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A audiência ocorreu no próprio tribunal, onde o ministro questionou o militar sobre inconsistências em depoimentos anteriores.
Durante a sessão, Moraes foi enfático ao afirmar que queria esclarecimentos diretos e sem omissões. Ele ressaltou que aquela era a última oportunidade para Cid dizer toda a verdade.
Naquele momento, a Procuradoria-Geral da República (PGR) já havia se manifestado a favor de sua prisão preventiva. O tenente-coronel foi avisado de que, se não colaborasse integralmente, poderia sair da audiência detido. Moraes deixou claro que contradições adicionais não seriam toleradas.
Sob essa pressão, Mauro Cid forneceu detalhes sobre o suposto envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro em um plano de golpe de Estado. Na terça-feira (18), Bolsonaro e 33 aliados foram denunciados pela PGR, acusados de participar de articulações golpistas. Segundo a denúncia, o ex-presidente teria liderado uma organização criminosa armada.
Com as novas informações prestadas por Cid, os investigadores ficaram satisfeitos, e a PGR recuou do pedido de prisão preventiva. No encerramento da audiência, Moraes assegurou à defesa que o acordo de delação continuaria válido e em pleno efeito.