
A votação na Reforma Tributária aprovada na última semana criou um racha no Partido Liberal (PL), opositor ao projeto. Xingamentos, acusações e ameaças de deixar a sigla foram trocadas pelos parlamentares. A lavagem de roupa suja aconteceu neste domingo (9) no grupo de WhatsApp.
As informações são do portal O Globo. Pelo menos cinco envolvidos confirmaram o teor das discussões e das mensagens vazadas por integrantes. O motivo do salseiro foi a dissidência de 25 deputados do PL, que votaram a favor da reforma. O plano da ala dura do partido era 'fechar questão' contra o projeto. Era o desejo do ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, dos 99 parlamentares, 75 foram contrários.
O início da agonia foi quando o deputado Vinícius Gurgel (PL-AP) reclamou dos "extremistas" e de perseguições sofridas por quem votou a favor do projeto. Julia Zanatta (PL-SC), Carlos Jordy (PL-RJ) e Júnio Amaral (PL-MG) rebateram.
Gurgel sugeriu que pedissem a saída dele do partido: "Aqui não tem clima mais com vcs!" Para ele, o partido parece "casamento forçado" e ainda lamentou: "Tristeza vcs terem vindo pro PL".
Pazuello tenta apartar briga
A lamentação só agravou o quadro. André Fernandes (PL-CE), quarto integrante da ala bolsonarista a pegar ar, cobrou satisfações. Coube ao ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, tentar em vão acalmar os ânimos. "Está faltando política nestas discussões!! Srs, considerando que sou um calouro nesta legislatura, peço desculpas caso escorregue em algumas ideias. O nome do nosso partido é Partido Liberal, só pelo nome não cabe radicalismo e acusações!".
A vitória esmagadora da Reforma Tributária assinada pelo ministro Fernando Haddad (PT), da Fazenda, continuou como pano de fundo para troca de acusações em diversos campos. A pressão subiu tanto que no fim da tarde o líder da sigla, Altineu Côrtes (PL-RJ), decidiu bloquear o grupo. Desta forma, somente os administradores podem enviar mensagens.
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