
Membro do colegiado da CPI do MST, que investiga as ocupações feitas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais (MST), o deputado federal Valmir Assunção (PT) detonou, nesta segunda-feira (29), o relator da comissão, Ricardo Salles (PL), ex-ministro do Meio Ambiente no governo Jair Bolsonaro (PL).
Valmir, que esteve no Centro Histórico para o lançamento do Pronasci e da entrega de viaturas, afirmou que Salles pretende "abrir a porteira", em referência a uma fala do ex-ministro, e disse que a CPI tenta perseguir e criminalizar o movimento que busca reforma agrária.
"É o que ele (Salles) dizia quando era ministro, que ia abrir a porteira para destruir o meio ambiente. Agora ele quer abrir a porteira não só para destruir o meio ambiente, mas para destruir as organizações sociais que existem nesse Brasil", iniciou.
"Essa CPI do MST está trabalhando para perseguir os movimentos sociais, e não podemos aceitar que se faça isso. O Movimento Sem Terra faz ocupação em terras improdutivas, baseado na Constituição Federal [...] Se as terras são improdutivas, quer dizer que a pessoa não cumpre a Constituição Federal. Eles querem criminalizar porque perderam o governo, Lula ganhou com mais de 60 milhões de voto, e aí eles querem cassar esse direito de Lula ser o presidente de todos e todas. Eles querem continuar com esse discurso de ódio contra a democracia, perseguindo os movimentos sociais", disparou o ligado ao movimento, que ainda prometeu lutar na comissão para evitar a criminalização dos 'sem terra'.
"Nós vamos enfrentar isso na CPI todos os dias [...] O MST produz alimentos, é o maior produtor de arroz orgânico na América Latina, temos que mostrar isso para a sociedade [...] Não podemos criminalizar quem produz alimento", finalizou Valmir.