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Ioiô? - 21/08/2025, 18:45 - Da Redação

De esquerda à direita: as andanças políticas do pastor Silas Malafaia

Nos últimos 20 anos de político, a figura religiosa já foi de Lula a Bolsonaro

Silas Malafaia tem sido investigado por ações contra o STF
Silas Malafaia tem sido investigado por ações contra o STF |  Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Polêmico e incisivo, a influência do pastor Silas Malafaia vai além dos templos religiosas e também atua politicamente. Apesar de, atualmente, sua imagem estar atrelada ao bolsonarismo, em décadas passadas já foi um defensor das políticas petistas.

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Ventos da esquerda para direita

Malafaia ganhou visibilidade no cenário político na disputa presidencial de 1989, ao integrar o grupo evangélico de apoio ao candidato Leonel Brizola (PDT). Após a eliminação de Brizola no primeiro turno, ele contrariou a maioria dos líderes religiosos e declarou apoio a Lula (PT).

Silas Malafaia ao lado do então presidente eleito, Lula.
Silas Malafaia ao lado do então presidente eleito, Lula. | Foto: Reprodução/Vídeo/11-10-2002

Naquele momento, o petista já era alvo de boatos falsos que diziam que ele pretendia fechar templos evangélicos — supostamente para agradar setores católicos próximos da Teologia da Libertação.

Enquanto Edir Macedo, já consolidado como liderança evangélica, orientava seus seguidores a apoiar Fernando Collor, Malafaia se posicionou ao lado da esquerda. Ele repetiu esse gesto em 2002, quando chegou a participar da propaganda eleitoral de Lula contra José Serra (PSDB).

Em 2002, sua preferência inicial foi pelo presbiteriano Anthony Garotinho, então no PSB. Ex-membro do PT, Garotinho era visto como o candidato mais alinhado à esquerda, mas não conseguiu chegar ao segundo turno.

Malafaia se afastou do PT ainda antes do fim do segundo governo Lula. Até hoje, afirma que só declarou apoio ao petista na primeira eleição após a ditadura porque acreditava que o ex-sindicalista representaria uma esperança para os mais pobres — justamente o público predominante nas igrejas evangélicas.

Atualmente, ele admite o arrependimento por não ter seguido o conselho do pai, oficial da Marinha e também pastor. “Meu pai me dizia: ‘Você está se iludindo, eles nunca abandonam suas ideologias'".

Com o tempo, Malafaia foi reforçando cada vez mais seu discurso conservador. Em 2010, espalhou centenas de outdoors pelo Rio de Janeiro com a frase: “Em defesa da família e da preservação da espécie humana”.

Naquele mesmo ano, contou ter passado cerca de 15 minutos ao telefone com a candidata Dilma Rousseff (PT), explicando que não lhe daria apoio por considerá-la favorável ao aborto — declaração feita por ele em entrevista à Folha dois anos depois.

Malafaia foi um dos primeiros pastores a se lançar na onda bolsonarista em 2018, enquanto muitos de seus colegas ainda confiavam suas apostas eleitorais a Geraldo Alckmin, o cavalo de corrida tradicional da direita do PSDB.

Alvo de operação

Malafaia, aliado de primeira hora de Bolsonaro, foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal nesta quarta-feira, 20, no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro (RJ).

A ação dos agentes federais aconteceu após o desembarque do líder religioso no equipamento aéreo carioca, de um voo que iria para Lisboa, capital de Portugal.

A ação teve autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), dentro do inquérito que investiga tentativa de obstrução de Justiça relacionada à articulação golpista. O depoimento do pastor está sendo prestado ainda no próprio aeroporto.

Na mesma decisão, o ministro Alexandre de Moraes também ordenou o cancelamento do passaporte do líder evangélico.

Medidas cautelares

Além da apreensão de bens, como o telefone celular, Malafaia foi submetido a outras medidas restritivas que não envolvem prisão, entre elas

  • proibição de deixar o país;
  • proibição de manter contato com outros investigados, como o Bolsonaro e o filho Eduardo Bolsonaro (SP), inclusive, por intermédio de terceiros;
  • O magistrado impôs as medidas contra o pastor por considerar as condutas dele, em vínculo subjetivo com ex-presidente.

Investigado

Malafaia foi incluído no mesmo inquérito que apura a atuação de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo em ações contra o STF, agentes públicos e autoridades brasileiras.

O inquérito, iniciado em maio, investiga possíveis crimes como:

  • coação no curso do processo;
  • obstrução de investigação de organização criminosa;
  • e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

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