A bancada baiana na Câmara dos Deputados repercutiu o julgamento que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível por oito anos.
Ao Portal Massa, Joseildo Ramos (PT) disse nesta quarta-feira 28, que Bolsonaro está decrescendo, sairá ainda menor do julgamento e passará por "maus bocados" no futuro. Fruto da ligação muito forte com o setor mais radical da direita, o qual, segundo o parlamentar, Bolsonaro não chega a ser unanimidade.
"Ele tem a turma do ódio. Que é minoritária. Quanto mais ele fizer tencionamento, na ordem que sempre fez, vai ter essa turma com ele. Entretanto, a outra formada por liberais e neoliberais já está desembarcando", pontuou.
O julgamento trata da reunião do ex-presidente com embaixadores no Palácio da Alvorada, realizada em julho de 2022. Na ocasião, Bolsonaro questionou o resultado do sistema eleitoral de 2018, levantou dúvidas sobre urnas eletrônicas e criticou ministros de tribunais superiores.
O evento foi transmitido pela TV Brasil e, por tabela, gerou a materialidade da prova que pode condená-lo. Esse foi o ponto escolhido pelo, também petista, deputado Valmir Assunção. Para ele Bolsonaro é uma ameaça à democracia brasileira pelo conjunto da obra, não só pelo dito naquele momento.
"Essa foi apenas uma das vezes que Bolsonaro proferiu ameaças e questionou o sistema eleitoral brasileiro. Podemos observar na CPMI dos Atos Golpistas, que todos aqueles próximos à Bolsonaro, já sabiam que ele poderia ser preso e o que tudo indica, pretendia dar um golpe."
Outro parlamentar integrante do PT, Jorge Solla, preferiu alfinetar a virilidade de Jair Bolsonaro, algo tão comentado pelo próprio ao longo de quatro anos como presidente. "Pode até arrotar que 'imbrochável', o que duvido muito, mas da condição de inelegível ele não escapa!"
Por fim, a coordenadora da bancada baiana no Congresso, Lídice da Mata (PSB), foi dinâmica ao pontuar o momento: "O inominável a caminho de se tornar inelegível. Game over!"
Os 39 parlamentares que compõem a bancada baiana foram procurados pelo Portal Massa, que até o fechamento da reportagem ainda não havia recebido as repostas das solicitações. Treze deputados preferiram aguardar o fim do julgamento para comentar.
Julgamento
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) continuará amanhã, 29, em sessão a partir das 9h. Para formar maioria são necessários quatro votos.
O relator do caso, ministro Benedito Gonçalves, votou para condenar Bolsonaro e deixá-lo inelegível pelo prazo de oito anos.
Os demais ministros votarão na seguinte ordem: Raul Araújo, Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, Cármen Lúcia, Nunes Marques e, por último, Alexandre de Moraes, presidente da Corte do TSE.