Alvo de um ataque gordofóbico durante a sessão da quinta-feira (3) da CPI do MST, a deputada federal Sâmia Bomfim (Psol/SP) abriu o jogo, em papo exclusivo com o Portal MASSA!, nesta sexta (4). A parlamentar apontou um ambiente de violência política de gênero dentro do Congresso.
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Presidente de CPI é gordofóbico com colega: "remédio ou hambúrguer?"
O presidente da CPI, Tenente Coronel Zucco (Republicanos), questionou em tom de ironia se a colega de legislatura queria um hambúrguer para se acalmar. Para Sâmia, que tem protagonizado embates com deputados, não só nas comissões, mas também no Plenário, o avanço de posturas misóginas é fruto da passagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Planalto.
“A Câmara tem se tornado palco de violência política de gênero. Não é coincidência que se intensificaram atos machistas quando Bolsonaro assumiu o governo. Havia um estímulo institucional dessa violência e na eleição passada muitos deputados bolsonaristas foram eleitos nessa onda”, afirmou a deputada.
Sâmia completou e disse que seguirá com o trabalho na Câmara. A deputada, que está no segundo mandato, recebeu 226.18 votos no pleito de 2022. “Nós vamos seguir fazendo nosso trabalho e não nos calando diante do machismo”, finalizou a parlamentar.
Nas redes sociais, logo após o ocorrido, o autor da fala gordofóbica, Deputado Tenente Zucco, disse ser alvo de ataques desde o começo da CPI. “Desde o início dos trabalhos desta CPI, tenho sido alvo de ataques e ofensas de baixo nível por parte da base governista”, escreveu.
Sâmia acionou a Procuradoria-Geral da República para apurar a fala do parlamentar.