A Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (30), o projeto de lei que considera o “brega”, gênero musical popular no Norte e no Nordeste do país, como manifestação da cultura nacional.
O projeto segue agora para a Comissão de Constituição e Justiça, em caráter conclusivo. Após aprovação na CCJ, o texto será votado no plenário da Câmara e, em seguida, seguirá para o Senado.
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A iniciativa visa reconhecer o bem cultural com o propósito de instituir políticas públicas de valorização, salvaguarda, preservação, manutenção e divulgação desse patrimônio. Para o deputado federal Clodoaldo Magalhães (PV), o projeto vem de uma demanda muito importante de segmentos regionais de Pernambuco.
“Estamos empenhados em consagrar esse movimento de grande relevância, tanto cultural, como social e econômica, que circunda todo o gênero no estado e em outras regiões do país”, comentou o parlamentar.
O movimento que começou no Recife e no Pará se transformou em uma potência, onde uma ampla e vasta cadeia produtiva movimenta, e muito, diversas comunidades do País.
Com estilistas, produtores, gravadoras de videoclipes, compositores, artistas e diversos outros profissionais envolvidos, o gênero musical cria centenas de empregos, direta e indiretamente, além de servir como catalisador para o comércio regional do Nordeste.
Os historiadores apontam que o gênero brega surgiu como expressão musical por volta dos anos 40 e 50, fazendo parte boêmia, se concentrando principalmente na região do Norte e Nordeste.
Na década de 60, o brega se consolidou com um gênero paralelo à Jovem Guarda, de forte apelo popular cujo teor das composições estava, geralmente, relacionado a desilusões amorosas, tendo como tema principal o cotidiano. No Recife, ícones como Reginaldo Rossi e Augusto César, referências do brega romântico, conquistaram os corações das classes populares.