Nesta terça-feira (16), o ex-presida Jair Bolsonaro volta à Polícia Federal, em Brasília, para depor no inquérito que investiga um suposto esquema de adulteração de cartões de vacinação que teria beneficiado o próprio Bolsonaro, a filha dele, além de um ex-ajudante e familiares desse auxiliar.
A Polícia Federal quer descobrir se Bolsonaro sabia de toda a armação para inserir dados falsos sobre vacinação da Covid-19 nos cartões e se a ordem para acessar o sistema do Ministério da Saúde partiu dele.
No dia 3 de maio, a PF baixou na casa de Bolsonaro, em Brasília, e fez buscas na tentativa de achar provas do envolvimento do ex-presidente no esquema. O celular dele foi apreendido.
Depois da ‘visita’ da PF , Bolsonaro falou com a imprensa, reafirmou que não se vacinou contra a Covid e disse que não houve adulteração nos dados do cartão dele e da filha, Laura.
O ex-presidente se negou a depor à Polícia Federal no dia da operação alegando que sua defesa precisava ter acesso à investigação. Diante disso, o depoimento foi marcado para esta terça.
Seis no xilindró
Durante a batida da PF do dia 3 de maio, seis pessoas foram presas, entre elas o coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro durante o mandato dele na presidência.
Segundo as investigações, Cid fazia parte do grupo ligado a Bolsonaro que inseriu informações falsas no ConecteSUS para obter vantagens ilícitas e emitir certificados de vacinação contra a Covid-19.
Além de Bolsonaro e da filha, foram emitidos certificados de vacinação com dados falsos em nome de Cid, da esposa dele e das três filhas do casal.
De acordo com a PF, os dados de vacinação do ex-presidente foram colocados no sistema do Ministério da Saúde em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, mesma cidade onde Cid teria conseguido o cartão de vacinação da esposa.
Uma enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias confirmou à PF que emprestou a senha para o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha, apagar os registros de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Brecha também foi preso durante a operação de 3 de maio.