O ex-ministro-chefe da Casa Civil e ex-deputado José Dirceu voltou a ser elegível após a decisão do ministro Gilmar Mendes, nesta segunda-feira (28), que anulou as condenações de Sérgio Moro contra ele na Lava Jato.
Dirceu, de 78 anos, ainda não se manifestou sobre a possibilidade de concorrer as eleições em 2026. No entanto, aliados defendem que o ex-ministro entre na disputa para deputado federal, cargo que ocupou de 1991 até 2005, quando teve seu mandato cassado devido ao escândalo do Mensalão.
A única declaração de Dirceu sobre o assunto foi em abril deste ano, quando ele retornou à Câmara dos Deputados após 19 anos para participar de uma sessão solene. Na ocasião, o ex-ministro afirmou que a decisão será analisada junto ao PT e ao presidente Lula.
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"Não tenho nenhuma intenção de decidir isso sem consultar meu partido, meus companheiros e companheiras e o próprio presidente Lula, se ele me permitir", declarou Dirceu.
José Dirceu foi condenado na Lava Jato a 23 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, mas, segundo Gilmar Mendes, a decisão de Moro foi parcial, impedindo que o ex-deputado tivesse “um julgamento justo e imparcial”.
A defesa do ex-ministro afirmou em nota que Dirceu recebeu a decisão com “tranquilidade” e que a condenação de Sergio Moro tinha como objetivo afetar o presidente Lula.
Confira nota da defesa na íntegra
O ex-ministro José Dirceu recebeu com tranquilidade a decisão do Supremo Tribunal Federal que anula todas as condenações da operação Lava Jato que incidem contra ele. A decisão, que restitui seus direitos políticos, entende que os processos contra Dirceu tinham por objetivo real atingir o presidente Luís Inácio Lula da Silva, o que demonstra a quebra de parcialidade das ações.
A anulação atende ao pedido da defesa do ex-ministro, que solicitou a extensão da decisão da 2ª Turma do Supremo que considerou parciais as decisões da Lava Jato e do ex-juiz Sergio Moro nos casos que envolvem o presidente Lula. José Dirceu sempre confiou na Justiça.