Em entrevista no Salão Oval, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou esperar uma "grande relação" com o Brasil, mas deixou claro que, na sua visão, os brasileiros dependem mais dos EUA do que o contrário.
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Ele fez duras críticas ao Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e outros países, por considerar hostil a proposta de adotar moedas locais para reduzir a relevância do dólar no comércio internacional.
Trump foi enfático ao afirmar que, caso a iniciativa avance, os países do bloco enfrentarão tarifas de 100% sobre os produtos exportados aos Estados Unidos. "Eles precisam de nós. Nós não precisamos deles. Todos precisam de nós", disse o líder americano, reiterando a centralidade dos EUA na economia global.
Tarifas e dependência econômica
A proposta do Brics de reduzir a dependência do dólar, promovendo o uso de moedas locais nas transações comerciais, tem gerado tensões. Neste ano, sob a presidência do Brasil, o bloco busca ampliar essa estratégia, mas Trump se mostrou cético quanto à viabilidade da ideia.
Ele previu que o grupo acabará desistindo da iniciativa, classificando-a como prejudicial aos interesses americanos.
Além das críticas à proposta, Trump demonstrou desconhecimento sobre o Brics, afirmando que o bloco teria “uns seis ou sete países”, quando, na verdade, atualmente conta com dez membros.
Lula prega diplomacia e evita confrontos
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, respondeu com tom conciliador. Sem confrontar diretamente Trump, Lula reforçou que o Brasil busca manter boas relações com todas as nações.
“Tem gente que diz que a eleição do Trump pode gerar problemas para a democracia mundial, mas ele foi eleito para governar os Estados Unidos. Eu, como presidente do Brasil, torço para que sua gestão seja bem-sucedida, beneficiando o povo americano e mantendo os EUA como um parceiro histórico do Brasil”, afirmou Lula.